"Doutora" que prometia bocão atuava há 1 ano e comprava ácido em rede social
Caso foi parar na polícia após quatro mulheres terem reação alérgica ao produto
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Ana Carolina Brites, de 27 anos, falsa biomédica que fazia procedimentos de botox e preenchimento labial já atuava há um ano em Campo Grande. Ela comprava o ácido hialurônico, utilizado nos procedimentos, de uma pessoa que conheceu nas redes sociais. O caso foi parar na polícia após quatro mulheres terem reação alérgica ao produto e, nesta sexta-feira (20), Carolina acabou levada para a delegacia depois de operação policial. Das quatro vítimas, duas registraram boletim de ocorrência.
Diante da gravidade do caso, a polícia começou as investigações, e hoje cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Ana Carolina e na clínica onde atuava, na Rua Antônio Maria Coelho. Foram apreendidas caixas, onde ficavam os produtos, e também seringas descartadas incorretamente. "Também outros preenchedores que ela não podia ter comprado por falta de habilitação na área", disse a delegada Bárbara Camargo, da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande.
Após cumprir os mandados, a delegada conversou com a imprensa e deu detalhes do crime. Ela explicou que Ana Carolina se apresentava como biomédica nas redes sociais. "Ela chegou a cursar biomedicina, mas não finalizou, não tem formação com estética. Será que essas mulheres que se submeteram ao procedimento topariam se soubessem que ela não era biomédica?", questionou Bárbara.
O ácido, segundo a delegada, foi comprado de forma irregular. "De uma pessoa que conheceu na rede social". Foram encontradas notas de alguns produtos, mas a polícia investiga se os mesmos são contrabandeados. "Vamos verificar a procedência desses medicamentos e, confirmado se forem contrabandeados, falsificados, ela responderá por crime de posse de medicação sem autorização da Anvisa". No caso em que deu reação nas pacientes, a polícia apura se há algum problema no lote desses produtos.
Na delegacia, Ana confirmou que não tinha formação nenhuma na área, mas desconhecia que não podia atuar com tais procedimentos. O valor cobrado por ela era bem abaixo do mercado, segundo a polícia. Uma das mulheres pagou R$ 350, outra R$ 500 e Carolina até fez permuta, no valor de R$ 600, com outra paciente, trocando por serviços de unha e cílios.
As pacientes que tiveram reação estão sendo acompanhadas por profissionais da área, como alergistas. Elas também tomaram medicamento antídoto para dissolver o ácido aplicado.
Carolina atuava há um ano como biomédica, mas na clínica na Antônio Maria Coelho, estava há seis meses. "Representamos para o juiz a suspensão da atuação dela na área de estética, e está proibida judicialmente de atuar", disse Barbara. Na delegacia, a falsa biomédica foi ouvida e liberada, sendo indiciada por exercício ilegal da profissão e lesão corporal.
A polícia alerta para que as pessoas interessadas nos procedimentos procurem profissionais habilitados. "Procurem nos Conselhos, onde há consulta pública, para saber se esses profissionais têm formação, registro", finaliza a delegada.
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