Capital

Discussão por causa de churrasqueira foi estopim para briga de vizinhos

Mesmo sem a presença dos dois, que estão internados, a audiência de custódia sobre o caso foi realizada nesta manhã no Fórum

Viviane Oliveira e Clayton Neves | 25/09/2019 10:33
Roupas sujas de sangue usadas por um das vítimas foi encontrada no dia seguinte ao crime na vila ontem os vizinhos viviam (Foto: Henrique Kawaminami)
Roupas sujas de sangue usadas por um das vítimas foi encontrada no dia seguinte ao crime na vila ontem os vizinhos viviam (Foto: Henrique Kawaminami)

Os vizinhos, Sílvio Vilhalba Lopes, 64 anos, e Iyad Faleh Abu Jeida, 49 anos, um ferido pelo o outro na Orla Morena, permanecerão presos assim que receberem alta médica da Santa Casa. A briga que terminou com o comerciante Iyad baleado e Sílvio esfaqueado foi numa vila de quitinetes, localizada na Avenida Noroeste, no Bairro Cabreúva, em Campo Grande, na noite de segunda-feira (23). Segundo testemunha, a briga começou porque um dos vizinhos escarrou o nariz próximo ao local onde era feito churrasco. 

Mesmo sem a presença dos dois, a audiência de custódia sobre o caso foi realizada nesta manhã no Fórum, o juiz David de Oliveira Gomes Filho converteu a prisão em flagrante em preventiva. Iyad foi baleado por Sílvio e mesmo ferido esfaqueou o vizinho. Os dois foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) à Santa Casa.

Sílvio foi ferido no abdômen e pescoço. Ele passou por cirurgia e se recupera no CTI (Centro de Terapia Intensiva). O estado de saúde dele é considerável grave. Já Iyad Faleh está internado na área verde da unidade com ferimento na clavícula e no tórax esquerdo, segundo informação da assessoria de imprensa do hospital. 

Crime - Morador há 7 anos na vila de quitinetes, um auxiliar de cozinheiro de 41 anos contou que Iyad se mudou há 3 anos para o endereço. Desde, então, o comerciante vem o provocando com xingamentos, um deles de 'veado' por não aceitar sua orientação sexual. No dia do crime, o cozinheiro relatou que utilizava o banheiro comunitário da vila com seis quitinetes, quando foi ameaçado por Iyad.

Ele relatou à PM que chegou a pegar um facão, mas na sequência os ânimos se acalmaram. Mesmo assim, ele acionou a Polícia Militar e foi para a frente da residência aguardar a polícia. Ao ficar sabendo o que havia acontecido, Sílvio tomou as dores do auxiliar de cozinheiro e ao tirar satisfação acabou disparando um tiro em Iyad.

Mesmo ferido, Iyad se armou com uma faca e desferiu vários golpes em Sílvio. Um revólver calibre 32 com seis munições e uma faca com lâmina de 15 centímetros foram apreendidos pela polícia. Os dois homens foram encontrados feridos na rua. 

Outra versão - Uma testemunha de 51 anos, mulher de Iyad, deu outra versão para o crime. Ela contou que o marido assava espetinho numa churrasqueira elétrica, localizada sob uma máquina de lavar roupas, quando o auxiliar de cozinheiro passou a escarrar o nariz próximo à churrasqueira. Nervoso com a situação, Iyad foi tirar satisfação com o homem. Situação que acabou envolvendo o outro vizinho, Sílvio, e quase terminou em tragédia. Segundo a mulher, o comerciante é de origem iraquiana e há 11 anos mora no Brasil. 

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