Capital

“Desrespeitado, desvalorizado”, diz entregador que acusa cliente de agressão

Profissional afirma que foi agredido após buzinar na casa de cliente, na noite de sábado

Izabela Cavalcanti | 05/03/2023 13:15
“Desrespeitado, desvalorizado”, diz entregador que acusa cliente de agressão
Igor Brum em foto publicada no Facebook, em 2021 (Foto: Reprodução/Facebook)

“Desrespeitado, desvalorizado. Nós estamos trabalhando todos os dias para fazer o nosso melhor”, disse o entregador Igor Brum, de 21 anos, que acusa um cliente de ter sido agredido, na noite neste sábado (4).

“Lidar com pessoas assim é complicado, porque nós aguentamos muita coisa de boca fechada, mas isso foi a gota de água. Faça sol ou chuva estamos aí pra levar comida”, lamenta.

Ele conta que foi agredido após buzinar duas vezes em frente à casa do cliente, que mora no Jardim Paulista. Diante do episódio, Igor desabafou no grupo de WhatsApp, e a categoria se reuniu e fez o buzinaço na casa do morador, jogando até bombinha e pedras.

“Não tinha aviso para não buzinar na casa dele. Buzinei uma vez, fiquei esperando mais de 1 minuto, não apareceu, buzinei a segunda. Ele disse: 'Vocês são acostumados a chegar buzinando na casa dos outros e não descer da moto para fazer o trabalho de vocês'. Eu falei: 'meu trabalho é trazer o pedido, não tenho obrigação de descer da moto'”, detalhou Igor. Ele ainda disse que o cliente questionou o motivo de não ter tocado o interfone.

Ainda na versão dele, durante a discussão, o dono da casa queria pegar o produto antes de passar o código e abriu a bolsa à força para tirar o pedido. “Ele queria, primeiro, o produto para depois dar o código. Eu disse que ia devolver para o estabelecimento, quando eu ia subir na moto e ele me puxou pela alça da bag, eu cai, e ele chutou a bag. Ele abriu a mochila e pegou o produto. Eu bati as costas no chão no momento que ele me puxou”, contou.

O cliente também registrou boletim de ocorrência e disse que havia cerca de 100 motociclistas no local. De acordo com o registro, eles jogaram pedras, quebrando o interfone e atingindo o para-brisa do veículo que estava na garagem da residência.

O morador relatou aos policiais que foi ameaçado pelo entregador, que teria dito a ele que anotou as placas dos veículos dos familiares, repassando para os demais profissionais da classe.

Igor também rebate a acusação de ameaça feita pelo morador. “Ele está me acusando de ameaça, primeiramente, o portão de elevação dele estava fechado, ele tinha aberto o portão pequeno. Eu não vi placa de carro nenhum porque o portão estava fechado. Ele está me acusando de coisas que não aconteceram na hora”, explica.

O caso foi registrado pelo cliente na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, como ameaça, dano e vias de fato. Igor disse que na noite do acontecimento não conseguiu fazer o B.O e que vai registrar nos próximos dias.

A reportagem entrou em contato com assessoria do aplicativo Ifood. Em nota, informou que o "uso de violência é inaceitável" e que o caso citado já está sendo apurado internamente e que está à disposição para colaborar com as autoridades.

A empresa informa, ainda, que as boas práticas da relação entre entregadores e clientes têm sido reforçadas nos canais de comunicação da empresa, também em campanhas nas redes sociais e pelo próprio aplicativo para clientes.

* Matéria editada às 15h20 para acrescentar nota do Ifood

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