Capital

Depois de duas horas, Polaco deixa sede do Gaeco em silêncio

Aline dos Santos | 24/11/2011 14:00

Ele é acusado de liderar esquema criminoso de contrabando de cigarros e pagar propina para policiais militares

Polaco foi preso ontem na operação Alvorada Voraz. (Pedro Peralta)
Polaco foi preso ontem na operação Alvorada Voraz. (Pedro Peralta)

Depois de duas horas, o contrabandista Alcides Carlos Grejianin, o Polaco, deixou a sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em Campo Grande.

Acompanhado pelos dois filhos, Polaco adotou o silêncio e não quis falar com a imprensa ao sair do prédio. Na chegada, por volta das 10h40, ele disse apenas que era fumante, mas não de cigarro paraguaio.

Polaco é acusado de liderar um esquema criminoso de contrabando de cigarros e pagar propina para policiais militares e a um agente tributário estadual lotado em Brasilândia.

O grupo foi alvo da operação Alvorada Voraz, realizada ontem pelo Gaeco, PRF (Polícia Rodoviária Federal) e PM (Polícia Militar). As prisões são válidas por cinco dias, com possibilidade de prorrogação.

No depoimento, Polaco foi acompanhado por dois advogados, mas a defesa também não quis falar. Na saída, um deles entregou um medicamento para dor de cabeça a um dos filhos do contrabandista.

Durante a tarde, outros presos vão prestar depoimento no Gaeco. Dos 17 mandados de prisão temporária, foram presos 11 civis e cinco policiais militares. Um dos PMs já estava detido no Presídio Militar de Campo Grande. O agente tributário está foragido.

Durante a apreensão, foram apreendidos 12 veículos, 268 munições de vários calibres, um revólver calibre 38 de propriedade de um policial, um CPU, um notebook e cinco celulares.

A operação foi desencadeada nas cidades de Antonio João, Caracol, Jardim, Porto Murtinho, Campo Grande, Eldorado e Brasilândia, além de Brasília (DF) e Umuarama (PR). A ação reuniu 200 profissionais.

Polaco é dono de um patrimônio milionário. A justiça federal já sequestrou seis fazendas de propriedade do contrabandista, sendo uma avaliada em R$ 20 milhões.

Ele responde a processos por contrabando de cigarro e lavagem de dinheiro. Em fevereiro deste ano, a justiça arrecadou R$ 7 milhões com leilão do gado apreendido. Ele também é acusado de homicídio.

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