Capital

Dentista armazenava até imagens de zoofilia, mas só apagava pornografia infantil

Com 3 advogados, ele prestou depoimento e disse que baixava conteúdo por curiosidade e para orientar as filhas

Clayton Neves e Ana Beatriz Rodrigues | 31/05/2022 16:57
No total, 4 CPUs foram apreendidos no consultório do alvo. (Foto: Marcos Maluf)
No total, 4 CPUs foram apreendidos no consultório do alvo. (Foto: Marcos Maluf)

Além de pornografia infantil, dentista de 52 anos, preso na manhã de hoje (31), armazenava arquivos de mulheres e zoofilia (sexo envolvendo animais) nos computadores apreendidos pela Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). Apesar disso, apenas as imagens envolvendo crianças e adolescentes eram apagadas por ele. 

Delegada Fernanda Mendes, responsável pelo caso. (Foto: Paulo Francis)

Acompanhado de três advogados, o dentista prestou depoimento à polícia na tarde de hoje. À delegada Fernanda Mendes, confessou que baixava o material e apresentou duas justificativas. 

“Falou que era por curiosidade e também para orientar as filhas”, explicou a delegada. O investigado tem duas filhas menores de idade e não deu detalhes sobre que tipo de orientações seriam repassadas às garotas. Em outro momento, ele ainda declarou que não sabia que ver pornografia infantil era crime. 

O caso - O flagrante aconteceu no consultório odontológico onde o suspeito atendia, no Bairro Jardim dos Estados, região nobre da Capital. No local, foram apreendidos 4 CPUs, 1 HD e 1 celular. Buscas também foram feitas no carro do autor, um Jeep Compass cinza.

Conforme a delegada Fernanda Mendes, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), o dentista armazenava, disponibilizava e compartilhava esse material, permanentemente. Os computadores gravaram arquivos desde 2010.

No consultório, o dentista atendia crianças também, mas na presença dos pais, segundo informou a secretária à polícia.

Segundo Fernanda, o dentista já era monitorado havia 6 meses e foi preso pelos crimes de armazenar, disponibilizar e compartilhar arquivos com conteúdo de pornografia infantil. 

Indagado, o profissional disse à polícia que assistia, deletava e não sabia que era crime. “Assim como crimes físicos deixam rastros, o cibercrime também deixa”, pontuou a delegada. O dentista foi preso dentro da Operação Predador, contra abuso sexual infantil, desencadeada no dia 18 deste mês. 

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