Capital

Delegada pede mais tempo para investigar estupro no HR

Suspeito responde em liberdade e continua trabalhando na unidade hospitalar em outro setor.

Mirian Machado e Aletheya Alves | 08/03/2021 15:37
Prazo para concluir inquérito será de mais 30 dias (Foto: Henrique Kawaminami)
Prazo para concluir inquérito será de mais 30 dias (Foto: Henrique Kawaminami)

A Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) pediu prorrogação do prazo para concluir o inquérito sobre o estupro de uma paciente de 36 anos dentro do Hospital Regional em Campo Grande, por um enfermeiro de 50 anos.

Conforme apurado, o pedido é de mais 30 dias. Por quanta da quantidade de diligencias realizada, “o tempo hábil não foi suficiente para encerrar o procedimento a tempo”.

O enfermeiro de 50 anos foi ouvido, reconhecido pela vítima e responde em liberdade. Ele responde também sindicância administrativa aberta pelo hospital, porém continua trabalhando na unidade hospitalar em outro setor. O suspeito é contratado, mas responde, em casos como esse, sob o Estatuto do Servidor, já que a lei é a mesma para concursados ou não.

Vítima em casa, depois da denúncia. (Foto: Henrique Kawaminami)  

Caso- A denúncia de violência sexual foi divulgada no dia 4 de fevereiro pela mãe da paciente. A vítima, uma mulher de 36 anos, estava internada no HR, em Campo Grande, desde o dia primeiro de fevereiro. A paciente tinha covid-19 e respirava com ajuda de máscara de oxigênio. O ataque foi na madrugada do dia 4, uma quinta-feira.

Depois de ter passado mal durante a noite, tendo vômito e falta de ar, a paciente notou quando o profissional de enfermagem começou ir ao quarto dela durante a madrugada e começou a passar a mão em seu corpo. Em determinado momento, o suspeito retornou ao leito com “óleo de girassol”, passou nos dedos e começou a abusar da vítima.

Mesmo debilitada, a paciente diz ter tentado resistir ao abuso como pôde, pedindo para o homem parar e sair de cima dela, mas ele insistia em passar a mão na virilha da paciente enquanto pedia para ela “abrir as pernas”. O homem repetia que queria masturbar a paciente e que não era para ela resistir, se não poderia "dar problema para ele".

No dia 10, a vítima contou à reportagem do Campo Grande News que o enfermeiro tinha comportamento estranho. “Ele me alisava e me chamava de meu doce. Dizia que era bom no que fazia e que eu iria gostar. Eu tentei resistir, mas ele pedia pra eu não fazer barulho e colaborar. Me aterrorizou a noite toda até conseguir o que queria. Ele era sádico, se divertia com meu desespero”, contou, ainda com a voz fraca pela doença e chorando.

O suspeito prestou esclarecimentos na Deam Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde o caso está sendo investigado, e foi reconhecido pela vítima. No entanto, o acusado não foi preso. 

Conforme o Código Penal, é crime de estupro constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.

Nos siga no