Capital

Delegada descarta envolvimento de preso na morte de pintor encontrado enforcado

Fábio Braga do Amaral, 39 anos, foi encontrado morto em cela da Deam, onde estava preso por feminicídio

Izabela Sanchez e Kerolyn Araújo | 31/07/2019 12:02
Joilce Silveira Ramos, titular da Deam (Foto: Marina Pacheco)
Joilce Silveira Ramos, titular da Deam (Foto: Marina Pacheco)

A titular da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), delegada Joilce Silveira Ramos descartou, nesta quarta-feira (31), a possibilidade de que o preso que dividia a cela com Fábio Braga do Amaral, 39, esteja envolvido na morte do pintor. Fábio foi encontrado enforcado com o próprio casaco, em uma cela da delegacia, na terça-feira (30).

A delegada citou, entre os motivos, ausência de sinais de luta ou resistência no corpo de Fábio, além da estatura do preso que dividia, que, segundo ela, é “menor” que a do pintor. Um indício, segundo a delegada, de que ele não teria força suficiente para cometer o crime, até o momento tratado como suicídio.

Além disso, a delegada citou a proximidade da cela com o cartório central da Deam, o que faz, disse, com que seja impossível não ouvir barulhos no local. Para ela, uma suposta luta entre Fábio e o outro preso teria sido ouvida por policiais.

Fábio estava preso na Deam à espera de transferência para o Presídio de Segurança Máxima. É acusado de feminicídio, pela morte, por asfixia, de Érica Aguilar Pereira, 38 anos, além de tentar estrangular a filha dela, de 15 anos, crimes que ocorreram no dia 11 de junho. O pintor ficou 47 dias foragido e foi preso em Bodoquena, a 266 km de Campo Grande.

Medo da prisão – Na terça-feira (30) a delegada contou que o preso que dividia a cela com Fábio afirmou ter visto ele se enforcar com as próprias roupas, versão confirmada por homens que estavam em uma cela ao lado, segundo a delegada.

Joilce ainda explicou que Fábio destacou ter medo de voltar ao presídio em razão da acusação de estupro contra Érica. “Ele afirmou em depoimento que sabia que as regras para quem cometeu esse tipo de crime eram duras dentro do presídio”, detalhou Joilce. O pintor já cumpriu pena por agressão e estupro a ex-mulher. O crime aconteceu em 2008 e ele foi condenado há nove anos de prisão.

Versões – Em Bodoquena, onde já tinha, inclusive, conseguido emprego, o pintor disse que o crime foi “um acidente”. A delegada afirma que Fábio declarou ter tentado “impedir” que Érica cometesse suicídio. Para a delegada, a versão é “incoerente”, já que a vítima foi encontrada amarrada na cama.

Érica foi assassinada no apartamento onde morava com os filhos no Residencial Reinaldo Busaneli, na região do Ramez Tebet, próximo ao Jardim Campo Nobre, local onde Fabio também vivia com a família. A diarista foi encontrada morta na cama, com os braços amarrados para trás e com parte da roupa abaixada. Fábio sempre negou ter cometido violência sexual e demonstrou que, enquanto foragido, acompanhava detalhes divulgados sobre a investigação.

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