Capital

Defesa vai alegar doença mental para livrar mais uma vez ex-PM da cadeia

José está preso no Presídio Militar e passará por audiência de custódia amanhã (19) na Justiça, para definir se ficará preso

Viviane Oliveira | 18/02/2019 10:14
Foto de José Gomes divulgada pela Polícia Civil (Reprodução: Henrique Kawaminami)
Foto de José Gomes divulgada pela Polícia Civil (Reprodução: Henrique Kawaminami)

Um dos advogados do ex-PM José Gomes Rodrigues, 57 anos, que furtou o corpo da ex-namorada há uma semana e acabou preso na noite de ontem (17) por dirigir bêbado, vai alegar doença mental para livrar, mais uma vez, o cliente da cadeia. O flagrante de embriaguez ao volante aconteceu na Rua Joaquim Nabuco, no Bairro Amambaí, região Central de Campo Grande.

José está preso no Presídio Militar e passará por audiência de custódia amanhã (19) na Justiça, para definir se ficará preso ou se poderá responder ao processo em liberdade. “Ele tem esquizofrenia. Vou preparar o pedido de liberdade provisória com base no laudo e atestado médico para provar que meu cliente sofre com doença mental”, explica Jacson Yamashita.

Furto de cadáver - Apontado como o mentor do furto do cadáver de Rosilei Potronieli, 37 anos, num suposto pacto pós-morte, José foi “apresentado” por telefone para a Polícia Civil e vai ser interrogado nesta terça-feira (dia 19) pela delegada Nelly Macedo, que investiga o furto. O advogado José Roberto Rodrigues da Rosa, que também faz a defesa do ex-PM, tem julgamento no Mato Grosso nesta segunda-feira (18) e só pode acompanhar o cliente amanhã.

Conforme contou o advogado, José Gomes soube da morte de Rosilei, por quem tinha fixação, quando deixou a prisão. Ele estava preso em Terenos por ameaça à ex-namorada, pois não aceitava o fim do relacionamento. Em liberdade provisória e proibido de frequentar bares, José Gomes foi flagrado dirigindo sob efeito de álcool na noite deste domingo.

Local onde o corpo foi encontrada na chácara de José (Foto: Ronie Cruz)

Embriaguez - José estacionou o Ford Focus preto, que seria o mesmo usado para transportar o cadáver de Dois Irmãos do Buriti até a Capital, próximo a base da Polícia Municipal e desceu com uma lata de cerveja na mão.

O veículo estava sem placa traseira e dianteira. O policial municipal, então, pediu os documentos do motorista e do carro. Ele apresentou apenas holerite com o seu nome. Questionado, José se identificou como oficial aposentado da Polícia Militar, porém não apresentou nenhuma outra identificação.

Foi solicitado apoio da Polícia Militar. O condutor apresentava sinais de embriaguez como fala pastosa e andar cambaleante. Ele, então, foi submetido ao teste de alcoolemia e o resultado foi positivo de 0,65 miligramas de álcool por litro de sangue. José foi preso em flagrante pelo crime de embriaguez ao volante e levado para o Presídio Militar.

Três sepultamentos - No dia 9 de fevereiro, Rosilei foi esfaqueada num bar de Terenos, a 25 km de Campo Grande. Ela chegou a ser trazida para a Capital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no domingo (10). Autor do homicídio, Adailso Couto, foi preso após apresentar-se à polícia.

Primeiro, a mulher foi sepultada na noite de 11 de fevereiro, no cemitério de Dois Irmãos do Buriti. No entanto, na madrugada do dia seguinte, o corpo foi furtado. O cadáver foi localizado na última quinta-feira (14), enterrado na chácara de José Gomes, que fica em Campo Grande, na saída para Três Lagoas. 

O episódio do furto, que assombra por mostrar uma mulher sem paz em vida e nem depois da morte, começou a ser desvendado graças as imagens de segurança que revelaram a entrada de um carro no cemitério. Primo de José, Edson Maciel Gomes detalhou para a Polícia Civil toda a ação para o furto do corpo. Ele também responde pelo crime em liberdade. O corpo de Rosilei foi  sepultado, pela terceira vez, no fim de semana. 

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