Capital

Decretada prisão preventiva de policiais militares presos por cobrar propina

Eles chegaram sem algemas, sem fardas e com escolta policial para audiência de custódia

Aline dos Santos e Geisy Garnes | 04/12/2017 09:50
Audiência de custódia foi realizada nesta segunda-feira no Fórum e juíza não permitiu fotos dos presos. (Foto: Geyse Garnes)
Audiência de custódia foi realizada nesta segunda-feira no Fórum e juíza não permitiu fotos dos presos. (Foto: Geyse Garnes)

A Justiça converteu em preventiva as prisões do sargento Alex Duarte de Aguir, 38 anos, e do cabo Rafael Marques da Costa, 28 anos. Na noite da última sexta-feira (dia primeiro), eles foram presos em flagrante por corrupção passiva em Campo Grande. A acusação é de cobrar R$ 150 mil para liberar um caminhão-baú carregado com cigarro vindo do Paraguai.

Na manhã de hoje (dia 4), durante audiência de custódia no Fórum, a juíza Sandra Regina da Silva Medeiros Artioli decretou as prisões preventivas e o caso será encaminhado para a Auditoria Militar.

A magistrada não permitiu imagens dos policiais presos. Eles chegaram sem algemas, sem fardas e com escolta policial. Ambos afrmaram que vão contratar advogado. Hoje, foram acompanhados pela Defensoria Pública. O Ministério Público deu parecer favorável a mantê-los presos.

As prisões preventivas são por corrupção passsiva, que figura no Código Penal Militar: como “receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem”.

Caso - O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) acionou equipes policiais – Rotac (Rondas Ostensivas de Ações de Choque) e Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motos) – após informação de que um caminhoneiro estava com policiais, que exigiam propina para liberar o veículo.

Não há detalhes sobre como a informação chegou até os investigadores. Na sequência, o caminhão foi localizado na rua Verdes Mares, esquina com a avenida Gunter Hans, no bairro Tarumã. Próximo ao local, havia um veículo Honda Civic.

Foi repassada a informação de que o dinheiro seria entregue no posto Tarumã. No local, o responsável por levar a quantia foi identificado como sendo Fábio Garcete, amigo do motorista Rogério Fernandes Mesquita.

No posto, equipes do Gaeco observaram que o Honda se aproximou de Garcete. Em seguida, os policiais abordaram carro e uma motocicleta, que ladeava o Honda. A ação foi perto do posto de combustíveis e próximo ao caminhão. No Honda Civic, estava o sargento, enquanto o cabo conduzia a moto. O documento do caminhão foi encontrado no carro do sargento Aguir. Uma nota fiscal foi localizada no bolso do cabo Rafael.

Fábio e o motorista reconheceram Aguir como o policial que exigiu e pegou o dinheiro. O motorista do caminhão ainda reconheceu o cabo como companheiro do sargento e relatou que é o dono de um dos celulares encontrado com Aguir.

Dinheiro - O Campo Grande News apurou que houve pagamento de R$ 30 mil, com cédulas marcadas. O dinheiro estaria com o Gaeco. O Boletim de Ocorrência não informa a apreensão. O documento cita apenas a apreensão de R$ 2, um dólar e cinco mil guaranis.

No sábado, o caminhão e o condutor, que está preso, foram levados para a superintendência da PF (Polícia Federal). A prisão dos policiais foi concluída pela Corregedoria da PM e eles estão no Presídio Militar Estadual.

Caminhão com carga de cigarro contrabandeado foi localizado no Tarumã. (Foto: Nyelder Rodrigues)
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