Capital

Cuidadora confirma que idoso morreu após receber medicamento errado

Filipe Prado | 10/09/2014 18:48
Elza percebeu que algo estava errado durante a infusão do medicamento (Foto: Marcelo Calazans)
Elza percebeu que algo estava errado durante a infusão do medicamento (Foto: Marcelo Calazans)

Em 1h30 de depoimento 1ª Delegacia de Campo Grande, a cuidadora Elza de Oliveira, 55 anos, que acompanhou Adolfo Coelho de Souza, 82, durante a internação da Santa Casa, afirmou que o paciente recebeu o medicamento errado. O idoso morreu no dia 29 de agosto após recebeu uma medicação em 120 minutos, que deveria ser dada gradativamente em cinco dias.

De acordo com Elza, o bipe, que identificava a velocidade da infusão do medicamento, estava em uma velocidade muito maior do a do outro paciente que estava no quarto. “Vi que estava rápido, suspeitei, então perguntei para a enfermeira, que me falou que estava normal”, apontou.

“A enfermeira disse que eles não poderiam mexer na máquina, somente o pessoal da Oncologia”, completou Elza. A cuidadora foi contratada para trabalhar durante cinco dias, das 19h até ás 7h, mas precisou ficar 17 dias.

A delegada Ana Claúdia Medina explicou que a cuidadora cronometrou o intervalo dos bipes e comparou as máquinas de infusão. “Chamava muito a atenção dela. Ela disse que era visível que algo estava errado”, comentou.

Agora, conforme a delegada, os laudos e os prontuários médicos, assinados por Henrique Ascenço, estão sendo esperados para a convocação das próximas oitivas.

A 1ª DP também apura as mortes de Carmen Insfran Bernad, Norotilde Araújo Greco e Maria da Glória Guimarães. A três faleceram após tratamento de quimioterapia realizado na Santa Casa.

O serviço era feito por uma empresa terceirizada, que teve o contrato rompido, logo depois de os óbitos virem à tona. Ainda por causa das mortes, a Santa Casa anunciou que vai interromper os serviços de oncologia.

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