Capital

Crianças fazem viagem literária pela história de Campo Grande

Aline dos Santos | 26/08/2011 07:37

Cidade já teve acendedor de lampião e "doença da terra"

Versos foram a senha para que um grupo de crianças iniciasse viajem pela história da cidade. (Foto: João Garrigó)
Versos foram a senha para que um grupo de crianças iniciasse viajem pela história da cidade. (Foto: João Garrigó)

Uma senhorinha centenária e cheia de vigor, a aniversariante Campo Grande contou sua história a um público muito especial.

“Sou Campo Grande, a cidade morena,

Capital do Mato Grosso do Sul!

Onde a lua nasce mais bonita,

O sol se põe com mais poesia

E o céu é mais azul”

Os versos foram a senha para que um grupo de crianças iniciasse viagem pela história da cidade. O passeio literário, guiado pelo livro “Campo Grande – Cidade Morena”, de Sandra Andrade, traz várias descobertas.

Para quem acender a luz se resume a bater no interruptor, surpreende saber que antes da energia elétrica, a cidade tinha um acendedor de lampião. A tarefa de iluminar as ruas da pequena vila cabia a João Vieira de Almeida, o Janjão.

Uma escala especial foi a chegada do trem, em 1914. Os caminhos de ferro trouxeram comércio e migrantes para a cidade.

Camila, de 7 anos, gostou de saber, em especial, da história das árvores plantadas no canteiro central da avenida Afonso Pena. O plantio foi realizado no governo do intendente Arlindo de Andrade Gomes, prefeito de 1921 a 1923. “Também gosto de plantar flores, cuidar da natureza”, diz a menina, que cursa o 2º ano do ensino fundamental.

As árvores hoje são símbolo da principal avenida da cidade e há, inclusive, um pedido para que o canteiro central se torne patrimônio de Campo Grande.

Mas o passado não era só flores. O índice de violência que hoje preocupa, tinha um nome sugestivo. “Morreu de doença da terra, calibre 44”, definiu um médico em laudo sobre causa mortis.

Relógio da 14 é personagem de história sobre a Capital, que chega aos 112 anos. (Foto: João Garrigó)

Por meio dos desenhos do ilustrador Lelo e fotos, as crianças também conheceram a história do relógio da 14 de Julho, hoje instalado no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Calógeras. E a divisão do Estado do então Mato Grosso, que deu origem a Mato Grosso do Sul.

Ao fim da narrativa, um dos meninos completa. “Viajamos no tempo”. Para o futuro, as crianças esperam um porvir feliz. “Que Campo Grande continue bonita”, afirma Tiago dos Santos, de 8 anos. Para ele e a amiga Camila, a cidade só tem um defeito: não ter praia.

A história de Campo Grande foi contada por Sandra Andrade no projeto “Diálogos com o escritor”, realizado na biblioteca Isaías Paim.

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