Capital

Conversa de padre com garota pode superar 200 páginas no Whatsapp

Filipe Prado | 26/10/2015 14:47
A conversa com a menor pode chegar a 200 páginas (Foto: Fernando Antunes)
A conversa com a menor pode chegar a 200 páginas (Foto: Fernando Antunes)

As conversas via aplicativo whatsapp entre o padre Jocerlei José Tavares, vigário da Paróquia Santa Rita de Cássia, no Bairro Universitário, e uma adolescente de 16 anos podem superar 200 páginas. O padre é acusado de engravidar a menor durante encontros diurnos em motéis por nove meses.

Segundo a delegada responsável pelo caso, Daniela Kades, da Depca (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), o laudo do aparelho celular, pertencente ao padre, chegou a 200 páginas e ainda não foi finalizado. As conversas serão analisadas para depois ser expedido o juízo de valor.

A mãe da adolescente assegurou que o padre usou de abuso de poder para manter o relacionamento, o que foi confirmado por duas testemunhas, mas somente as conversas do aplicativo poderão direcionar o fato.

Sobre os motéis, onde eram realizados os encontros, a delegada explicou que a relação dos nomes foi encaminhada para o Deops (Delegacia Especializada de Ordem Política e Social) que, junto à Prefeitura de Campo Grande, tomará as providências necessárias, podendo ser a suspensão dos serviços por 30 ou 90 dias e até a cassação do alvará de funcionamento.

Abuso – De acordo com o registro da polícia, a mãe da vítima levou a adolescente até a Santa Casa no dia 23 deste mês. A garota estava inchada, então a mãe desconfiou de problemas renais, mas ao chegar ao hospital, a vítima contou que foi estuprada por um motociclista, porém não sabia quem era.

Na Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), durante depoimento, a menina sustentou a versão de estupro, apontando que conversaria sobre o caso com a mãe, quando chegasse em casa. Na residência ela foi pressionada pelos irmãos e os pais para contar a verdade, quando revelou que o suspeito seria próximo a família e frequentava a igreja.

Com isso a irmã da menina sugeriu o nome do padre, sendo confirmado pela adolescente. A irmã contou a mãe que há alguns meses, Jocerlei enviou uma mensagem pelo aplicativo Whatsapp. A menina disse que o vigário pediu para ela enviar uma foto, porém ela se recusou. Este pedido que levantou a suspeita da irmã de que o religioso poderia ser o responsável pela gravidez.

A Arquidiocese de Campo Grande emitiu nota confirmando a gravidez da adolescente. O arcebispo metropolitano, Dom Dimas Lara Barbosa, informou que o sacerdote foi afastado do exercício público do ministério e irá prestar todos os esclarecimentos à polícia. Também frisou que vai ser dada assistência à adolescente e ao bebê.

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