Capital

Comércio não fecha com greve de ônibus, mas temor é pela queda nas vendas

Lojistas vão oferecer carona para funcionários; movimento foi tranquilo logo cedo na região central

Silvia Frias e Cleber Gellio | 21/06/2022 10:05
Movimento nas primeiras horas do dia, no centro de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)
Movimento nas primeiras horas do dia, no centro de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)

Na manhã de cidade sem ônibus, o movimento hoje no centro da cidade era tranquilo e, nas lojas, o temor era pela queda nas vendas, já que a maioria dos funcionários deu um jeito e conseguiu chegar ao trabalho, mesmo com atraso. 

A reportagem percorreu o quadrilátero central esta manhã. Nas lojas que ainda não estavam atendendo e abririam às 9h, já tinha movimentação interna e as portas seriam abertas, mesmo que sem o quadro completo de funcionários. 

“Da primeira leva, só um não chegou”, contou o gerente comercial Mayson Ponte, 37 anos. Em loja de roupas na Rua Dom Aquino, são sete funcionários e um avisou que não conseguiria ir. Segundo ele, a maioria já não usa transporte coletivo logo cedo, por conta da lotação, usando como alternativa carona ou transporte por aplicativo. 

Dia vai ser de buscar e levar funcionários. (Foto: Marcos Maluf)

Porém, o segundo grupo, que entra às 10h40, se utiliza do transporte. Estes vão contar com a carona do gerente para chegar ao trabalho e, os do primeiro grupo, terão a mãozinha para voltar para casa. Ponte disse entender a greve do transporte coletivo, decorrente da falta de pagamento do vale, previsto para ontem. “Isso não é opção do consórcio, é obrigação”, disse.  

A vendedora Celine Emanuele de Paula, 21 anos, mora no Jardim Seminário e, para chegar à loja de roupas onde trabalha, na Avenida Calógeras, teve de recorrer a um motorista por aplicativo. “Tive que pagar R$ 30”, lamentou. “E voltar para casa vai ser difícil”, disse, já pensando no gasto do retorno e, pior, de amanhã, já que não tem como recorrer a carona. “Vou ter de pegar app de novo, não posso parar de trabalhar”. 

A comerciante Ana Silvia Kawata, 53 anos, dona de loja de artigos de festas na Rua 7 de Setembro, não teve problema com os funcionários. Dos quatro, apenas um não mora perto, mas tem carro. Para ela, a lista de problema enfrentada pelo setor é outra: pandemia, obras no centro e, hoje, a greve do transporte coletivo.  

“O castigo é a falta de clientes”, diz. Segundo ela, é comum que as pessoas que estão andando pelo centro parem, olhem e voltam depois para compra. Essa circulação, hoje, vai ser prejudicada.

Ontem, o Consórcio Guaicurus deixou de pagar o vale dos funcionários, alegando "esgotamento de recursos". De madrugada, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte, Demétrio Freitas, foi até a garagem para anunciar a greve da categoria.

Movimentação no centro de Campo Grande nesta manhã (Foto: Marcos Maluf)


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