Capital

Com um dos maiores trajetos do Brasil, Capital vê ciclovias estagnarem

Amanda Bogo | 19/08/2016 18:03
Ciclistas utilizam via na Avenida Gury Marques (Foto: Marcos Ermínio)
Ciclistas utilizam via na Avenida Gury Marques (Foto: Marcos Ermínio)

Dona de um dos maiores trajetos de ciclovia entre as capitais do Brasil, Campo Grande viu a quilometragem deste tipo de via estagnar nos últimos dois anos. De 2011 a 2014, o número de quilômetros de faixas destinadas a ciclistas passou de 38 km para os 90 km atuais, parando nessa marca desde então.

A implantação de ciclovias na Capital começou em meados dos anos 2000 até chegar aos cerca de 90 km. Em 2014, a Revista Galileu reconheceu a Cidade Morena como a quarta capital do país que oferece mais vias em relação ao total da população, registrando 10,8 km para cada 100 mil habitantes. 

São 16 ciclovias na Capital. A maior é a da Avenida Afonso Pena, que, junto com a chamada Pista de Caminhada Ana Janice Pivezan, que compreende o trecho entre o viaduto sobre a Avenida Ceará até o Parque dos Poderes, tem 5,87 km.

É seguida pela Via Morena, com 5,38 km – que começa na Rua 26 de Agosto e segue até a Rua Spipe Calarge. Locais como o Parque do Sóter, avenidas Euler de Azevedo e Gury Marques, além da Orla Ferroviária, também possuem ciclovias.

Campo Grande ainda registra 17,05 km de ciclofaixas, com cinco pontos pela cidade. Mas, ficou nisso. Nesta sexta-feira (19), Dia do Ciclista, a Prefeitura foi questionada pelo Campo Grande News sobre projetos de implantação de novas ciclovias, mas ignorou a pergunta, atendo-se a informar apenas os percursos já existentes.

Ciclistas usam faixas para transitar no dia-a-dia e para pratica esportiva (Foto: Marcos Ermínio)

Para quem usa, estrutura é boa – O estudante de jornalismo João Gabriel Serrano Fusquine reveza entre o carro e a bicicleta desde os últimos três anos para ir ao trabalho, à faculdade ou mesmo para passeio. Para ele, que já fez trajetos de 15 km pela Capital, a qualidade das ciclovias são boas, mas falta respeito dos motoristas onde não existe essa sinalização.

“Acho ótima a qualidade das ciclovias, como a Duque de Caxias e da Orla Morena. Campo Grande é tranquila sim, o problema é quando não tem ciclovia e o ciclista tem que ir para a rua. Aí as condições são horríveis, e o perigo dos carros também. O respeito não existe em partes onde não é comum. Um ciclista no parque das nações terá mais respeito dos motoristas do que em um local onde o tráfego de bicicletas não é igual”, disse.

O que atrapalha mesmo na hora de andar de bicicleta, para Fusquine, é o calor da cidade morena. “O problema, na real, para mim é o calor. Campo Grande é muito quente. E também não tem muita estrutura dos lugares para ter uma ducha para o ciclista que chega. Outra coisa é lugar para guardar a bike. Fora isso, acho que Campo Grande é uma cidade plana, tranquila para quem for trabalhar pedalando”, afirmou.

Campanha de Conscientização - Para comemorar o dia nacional do ciclista, celebrado no dia 19 de agosto, será realizada no sábado (20) uma campanha de conscientização para os ciclistas no trânsito. A concentração será feita às 6h30 na Avenida Tamandaré, próximo à Lagoa da Cruz, em Campo Grande.

Grupos de voluntários estará distribuindo adesivos educativos no local, já o grupo de pedalada seguirá, a partir das 07 horas, o trajeto com destino a saída de Rochedinho, onde será inaugurada uma placa de sinalização para ciclistas na rodovia.

Após o ato de inauguração, o grupo segue para o Comper da avenida Tamandaré onde continuam com os trabalhos de conscientização. A ação tem conta com o apoio da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito).

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