Capital

Com suspensão prorrogada, academias ficam entre manter saúde e "girar máquina"

Enquanto espaços preparam vídeo-aulas, outros sugerem quarentena só para grupos de risco

Jones Mário e Clayton Neves | 02/04/2020 09:58
Esteiras, biclicletas ergométricas e demais equipamentos também isolados durante pandemia (Foto: Henrique Kawaminami)
Esteiras, biclicletas ergométricas e demais equipamentos também isolados durante pandemia (Foto: Henrique Kawaminami)

Parte dos estabelecimentos comerciais devem reabrir na próxima semana, como parte de processo de flexibilização das medidas restritivas à circulação de pessoas para frear o novo coronavírus, impostas pela prefeitura de Campo Grande. As academias de musculação e ginástica não entraram no afrouxamento e têm previsão de retomar as atividades a partir do dia 13 de abril - o que contempla alguns, mas desagrada outros.

Duane Xavier, proprietário da Bem Estar Fitness, na Avenida Tamandaré, prepara vídeo-aulas com exercícios adaptados, para os clientes se exercitarem em casa. Para ele, a pandemia exige novas ideias do empresário.

“Tenho a expectativa que volte o funcionamento o quanto antes, só que esse também é um momento de se reinventar. Estou preparando treinos online e vou começar a fazer lives a partir dessa semana, todos os dias, dando oportunidade do aluno tirar dúvidas durante o treino”, explica.

Xavier detalha que tinha uma reserva financeira para momentos como esse e descarta possibilidade de demitir funcionários. Ele ainda entende os riscos que um ambiente como uma academia pode oferecer para estimular o contágio em massa pelo novo vírus. 

“As autoridades em Saúde indicam que as pessoas fiquem em casa, ainda mais no nosso segmento, que é de contato. Tem pessoas com posicionamento mais agressivo, mas eu vou criar meios para continuar trabalhando e atendendo o cliente sem desrespeitar as condições imposta”, declara.

Aviso na porta comunica fechamento até dia 5 de abril; período será estendido (Foto: Henrique Kawaminami)

Por outro lado, Eder Atanásio, sócio-proprietário da rede de academias Performance, com seis unidades em Campo Grande, defende quarentena vertical e propõe saídas para retomada das atividades em seu segmento.

“Temos que resguardar os idosos. Os novos, botar para trabalhar e fazer girar a máquina. Entendo a preocupação em desacelerar a contaminação, evitar lotação nos postos de saúde, mas atividade física aumenta a imunidade. Tem dias que recebo até 50 mensagens de clientes e alunos querendo voltar”, justifica.

Atanásio deu férias coletivas aos 70 funcionários. Ele classifica o período de crise como “terrível” e comemora ter conseguido descontos no aluguel de parte dos imóveis onde funcionam as academias.

O empresário sugere regras similares às impostas para reabertura de igrejas e agências bancárias, que impõem distâncias mínimas e limite de lotação de uma pessoa para cada 10 m².

Pelas ruas, o que se observa são academias fechadas e obedientes ao decreto municipal. Com parques e praças públicas também impedidas de abrir, quem não abre mão da corrida ou da caminhada rotineira apela para o entorno destes espaços.

Com praças e parques fechados, população apela para ruas e avenidas (Foto: Paulo Francis)


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