Capital

Com pistoleiros foragidos, Omertà abre fase de audiência sobre assassinato

Hoje, a partir das 13h30, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, ouve sete testemunhas de acusação

Aline dos Santos e Marta Ferreira | 02/03/2020 08:33
Matheus Xavier foi morto por engano em abril do ano passado. (Foto: Reprodução/Facebook)
Matheus Xavier foi morto por engano em abril do ano passado. (Foto: Reprodução/Facebook)

Com reforço na segurança, na sala do Tribunal do Júri e pistoleiros foragidos, começa nesta segunda-feira (dia 2) a etapa de audiências judiciais da operação Omertà, realizada em setembro de 2019 contra organização criminosa e grupo de extermínio.

Hoje, a partir das 13h30, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, ouve sete testemunhas de acusação no processo sobre a execução do universitário Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, fuzilado por engano em 9 de abril de 2019, em casa, no Jardim Bela Vista. 

Numa situação inusitada quando se trata de pistolagem, o crime de mando, os suspeito de serem mandantes estão presos, enquanto os pistoleiros, que em geral chegavam primeiro ao julgamento, estão foragidos.

Devido à quantidade de pessoas, o juiz requisitou a sala do Tribunal do Júri, mais ampla do que a sala de audiência. A reportagem apurou que houve pedido para reforçar a segurança.

Nesta segunda-feira, na lista de testemunhas de acusação está Paulo Roberto Teixeira Xavier, pai da vítima e apontado como verdadeiro alvo do crime. Outra a ser ouvida é Eliane Benitez Batalha dos Santos, esposa do ex-guarda municipal Marcelo Rios que foi o estopim para a prisão dos demais acusados.

Também entram na relação, o delegado Tiago Macedo dos Santos e o advogado Antônio Augusto de Souza Coelho. Inicialmente, a audiência de hoje seria com nove pessoas, mas duas parentes de Juanil Miranda Lima, apontado como pistoleiro, foram dispensadas.

Em setembro do ano passado, cartaz oferecia recompensa, mas procurados por crime de pistolagem seguem foragidos.

Sete réus – Foragidos, Juanil Miranda Lima e José Moreira Freires (este já condenado por execução de delegado), apontados como pistoleiros, estão na lista do Ministério da Justiça dos mais perigosos do Brasil.

Denunciados como mandantes e presos na penitenciária federal de Mossoró (Rio Grande do Norte), os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho participam por videoconferência.

Outros três réus participam da audiência à distância: o ex-guarda municipal Marcelo Rios (preso em maio com arsenal), o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo e o técnico de informática Eurico dos Santos Mota. Rios e Vladenilson estão presos em Mossoró, enquanto Eurico está em presídio de Coxim.

A acusação pelo assassinato de Matheus Coutinho Xavier inclui homicídio doloso qualificado (mediante paga e emboscada), receptação e porte ilegal de arma de uso restrito.

Pai do universitário, Paulo Teixeira Xavier entrou na lista de execuções dos Names, conforme a denúncia do Ministério Público, por ter sido considerado traidor, ao prestar serviço ao advogado Antônio Augusto Souza Coelho, radicado em São Paulo, com quem a família teve negócios envolvendo terras com valores milionários.

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