Capital

Com média de 25 estupros por mês, nova lei não muda cenário da violência

Aliny Mary Dias | 03/08/2013 09:01

Publicada ontem (2) no Diário Oficial da União (DOU), a nova lei federal que fornece a pílula do dia seguinte e assegura atendimento imediato a mulheres vítimas de estupro não deve mudar a realidade dos casos de violência em Mato Grosso do Sul.

Segundo a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher da Capital, Rozely Molina, a nova determinação é a mesma que já vem sendo adotada atualmente. “Aqui em Mato Grosso do Sul nós damos um atendimento imediato que é feito de maneira global. Todos os setores estão voltados para esse enfrentamento”, afirma a delegada.

Molina diz que a pílula do dia seguinte, ponto de maior polêmica da lei, é fornecida para as vítimas de estupro na cidade. “Não podemos negar que é um avanço significativo, mas já temos um trabalho totalmente voltado para a proteção da mulher”.

Para a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Mato Grosso do Sul e presidente da Comissão Municipal da Mulher, Mara de Azambuja Salles, a lei reforça os trabalhos que já vêm sendo feitos para combater os crimes de estupro.

“Já era sem tempo que a essa lei fosse sancionada. Na minha opinião, o mais importante é o atendimento médico para essas mulheres e depois a defesa dos direitos e isso já vem sendo feito em Campo Grande”, diz.

A campanha nacional para funcionamento 24 horas das delegacias da mulher é outra ação que pode ajudar na apuração dos casos. “Com o funcionamento integral, as mulheres terão um atendimento digno. Estamos batalhando para que isso aconteça e acreditamos que basta vontade política”, completa a advogada.

Do início do ano até agora, 177 mulheres foram estupradas em Campo Grande. Segundo os dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), a média é de 25 casos por mês.

O mês com mais casos registrados foi janeiro, quando 38 mulheres foram vítimas. Julho foi o mês com menos incidência do crime, 12 campo-grandenses foram vítimas do estupro. Em todo o Estado, 634 mulheres foram estupradas nos primeiros sete meses de 2013.

Em comparação com os sete primeiros meses de 2012, houve diminuição de três casos. Durante todo o ano passado, 338 mulheres procuraram à polícia após ter sido estupradas.

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