Capital

Com marca de bala de borracha no corpo, torcedor diz que Cigcoe foi truculenta

Gabriel Neris | 05/07/2012 19:37

Euforia tomou conta de cerca de 10 mil torcedores que congestionaram a principal avenida da Capital, de acordo com a Polícia Militar.

Vítima de bala de borracha exibe marca no corpo (Foto: Gabriel Neris)
Vítima de bala de borracha exibe marca no corpo (Foto: Gabriel Neris)

A festa estava anunciada. Assim que terminou a partida entre Corinthians e Boca Juniors pela Taça Libertadores da América, os torcedores do clube paulista invadiram a avenida Afonso Pena, em Campo Grande, para comemorar o título inédito.

A euforia tomou conta de cerca de 10 mil torcedores que congestionaram a principal avenida da Capital, de acordo com a Polícia Militar.

Mas para conter a aglomeração de pessoas a CIGCOE (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) foi acionada e o que era festa virou campo de batalha.

Tiros de bala de borracha e bombas de efeito moral foram utilizados para dispersar os torcedores. O estudante do curso de direito, J.G.M., de 21 anos, diz que foi atingido por bala de borracha na esquina da Afonso Pena com a rua Rio Grande do Sul, onde os torcedores se concentravam.

“Fui assistir à partida com um casal de amigos corintianos. Durante o jogo o policiamento estava dentro dos conformes. Depois do jogo, eles estavam comemorando na faixa de pedestre, quando o semáforo abria todos iam para a calçada. Depois de meia hora chegou a Cigcoe intimidando todo mundo”, relata o estudante.

Ele diz que nem viu o início da confusão, estaria na calçada conversando com amigos. “Houve um barulho de bomba, um policial olhou para mim e atirou”, acusa.

Segundo o estudante, a indignação maior era com a presença de mulheres e pessoas de idade no local. “Lá tinha mulheres grávidas, com bebês no colo, idosos. Não vi se atiraram garrafa, gelo nos policiais”, complementa, dizendo que nem torce para o Corinthians.

Revoltado com a situação, o estudante postou uma fotografia com o ferimento na rede social Facebook. Outra pessoa que reprovou a situação foi o corintiano Peterson Cristaldo, de 31 anos. Em sua página no Facebook, o torcedor demonstrou sua raiva. “Vou falar na boa, os caras vem dar tiro de borracha na minha perna. É ‘nóis’ bando de loucos”, escreveu.

Comandante defende ação - O Major da Polícia Militar e comandante da Cigcoe, Marcos Paulo Gimenez, afirmou que a ação foi necessária para conter os torcedores. “Foi legítimo, proporcional e necessário. Os policiais foram acionados por causa da bagunça. Ali é uma área residencial”, rebateu.

“Quando a polícia chegou ao local, foram arremessadas garrafas, latas e pedras. Tivemos que usar a força necessária”, explicou.

Segundo o major, a festa não era pra acontecer naquele ponto da cidade, já que a prefeitura de Campo Grande havia reservado a Praça do Rádio Clube para que os torcedores assistissem à partida e comemorassem no mesmo local. O trecho da rua Padre João Crippa, entre a Afonso Pena e a Barão do Rio Branco, estava interditado.

De acordo com o major, três pessoas foram detidas por desobediência, resistência e desacato. As três pessoas foram encaminhadas para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento) do Centro.

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