Capital

Com Hospital de Câncer sob risco de fechar, governador vai a Barretos

Fernanda Mathias | 30/06/2016 10:27
Hospital de Câncer vem registrando déficit mensal de R$ 350 mil  e depende de convênio para manter atendimentos (Foto: Marcos Ermínio)
Hospital de Câncer vem registrando déficit mensal de R$ 350 mil e depende de convênio para manter atendimentos (Foto: Marcos Ermínio)

O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), estará neste sábado (2) em Barretos (SP), onde visita o Hospital de Câncer, em um momento em que a unidade de Campo Grande – Instituto de Prevenção Antônio Morais dos Santos – corre risco de fechar por falta de recursos financeiros. Ele deve ir acompanhado do secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares.

A assessoria de imprensa do governador informou que a visita não foi motivada pela atual situação. “Já era um compromisso firmado com a direção do Hospital pelo governador Reinaldo Azambuja e pelo secretário de Estado de Saúde Nelson Tavares”.

A unidade de Campo Grande vem acumulando deficit mensal de R$ 350 mil relativos aos serviços de mama e colo do útero e, para acelerar o processo de parceria entre o hospital e as secretarias de Saúde de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul, o MPE (Ministério Público do Estado) instaurou inquérito civil que apura a necessidade e viabilidade de implementação do convênio.

O MPE acompanha o caso com atenção, levando em conta que Campo Grande é uma das capitais com o mais alto índice de câncer de útero, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer) e Mato Grosso do Sul é o estado que mais envia pacientes para Barretos (SP). Nesta quinta-feira (30), inclusive, foi oficializada a abertura de um inquérito civil para saber se o Estado e o Município têm condição de ajudar com recursos a instituição de saúde. 

A promotora Filomena Fluminhan, titular da 32ª Promotoria de Justiça, conta que foi procurada pela direção do hospital no dia 14 de junho. A equipe alega enfrentar dificuldade financeira para manter a unidade em Campo Grande e por isso o local está em vias de ser fechado.

Considerando a necessidade do serviço, em razão do alto índice de câncer de mama e de colo de útero no Estado de Mato Grosso do Sul, bem como em decorrência da cobertura dos serviços não alcançar a meta de 70%, recomendada pelo Ministério da Saúde, a promotora instaurou o inquérito.

De janeiro a dezembro de 2014 foram feitos 32.754 atendimentos à população e em 2015, 47.471. Foram constatados 14 casos de câncer de colo do útero invasivos e 154 neoplasias intra-epiteliais de alto grau no ano retrasado, bem como 49 invasivos e 138 neoplasias intra-epiteliais de alto grau ano passado. Em relação aos casos de câncer de mama, foram constatados 100 em 2014 e 153 no ano passado.

Na investigação aberta hoje, o Ministério Público encaminhou ofícios para as secretarias de Saúde de MS e de Campo Grande, para que os órgãos informem a possibilidade de firmar convênio com o hospital. 

*Matéria editada para acréscimo de informação às 10h48.

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