Capital

Com hospitais superlotados, pacientes são mantidos nos postos de saúde

Santa Casa, HR, HU e Maternidade Cândido Mariano não fecharam as portas, mas operam com sobrecarga

Anahi Zurutuza | 08/04/2017 17:28
Santa Casa abriga pacientes nos corredores quando todas as vagas nas enfermarias são ocupadas (Foto: Alcides Neto)
Santa Casa abriga pacientes nos corredores quando todas as vagas nas enfermarias são ocupadas (Foto: Alcides Neto)

Com os quatros hospitais públicos de Campo Grande superlotados, pacientes estão sendo mantidos o máximo de tempo possível nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). Yama Higa, o coordenador de urgência e emergência da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) explica que só os casos mais graves estão sendo enviados para a Santa Casa, HR (Hospital Regional) e Hospital Universitário neste fim de semana.

“Nos informaram a superlotação, mas não estão de portas fechadas”, deixou claro Higa. Por enquanto, não foram registrados problemas nas unidades 24 horas e não há informações de pacientes que precisem ser transferidos para UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo).

O Hospital Universitário informou na quinta-feira (8) que não havia compressas cirúrgicas, material essencial para tratar dos pacientes no centro cirúrgico e no PAM (Pronto Atendimento Médico) e por isso, até segunda-feira (10), não poderia realizar cirurgias e receber novos pacientes.

Higa explica que a Maternidade Cândido Mariano emprestou as compressas para o HU, mas o hospital está lotado.

Partos – A situação é mais grave para quem entrar em trabalho de parto neste fim de semana.

O HR informou que o Centro Obstétrico da instituição temporariamente fechado e para completar, as salas de cirurgias da maternidade estão em reforma e por isso, a instituição está funcionando parcialmente. “Temos apenas a Santa Casa, que também informou superlotação”, completou Higa.

O centro cirúrgico do Hospital da Mulher das Moreninhas foi interditado no dia 1º de dezembro pela Vigilância Sanitária.

Fachada da UPA do Universitário, onde paciente morreu (Foto: Arquivo)

Falta de vaga – A falta de vagas em hospitais é frequente e pacientes amargam a espera nas UPAs, alguns até necessitando de leito no CTI (Centro de Tratamento Intensivo).

Um destas situações levou uma família à Justiça em busca de indenização. No dia 24 de fevereiro, a Prefeitura de Campo Grande e o Governo do Estado foram condenados a pagar R$ 120 mil de indenização por danos morais à filha de um homem que, aos 65 anos, morreu à espera de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).

Nivaldo Fernandes teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e passou cinco dias na UPA do bairro Universitário aguardando para ser transferido a um hospital, mas não resistiu.

Conforme alega Nilma Fernandes, filha do idoso, mais grave que a espera, é o fato de ela ter conseguido na Justiça uma liminar que obrigava município e Estado a providenciarem o leito um dia depois do pai dela ter sido socorrido na UPA, mas a decisão não foi cumprida.

Por meio da defesa, Nilma alega ainda que no dia seguinte à internação o paciente, o avião onde estava Luciano Huck, Angélica, os filhos e as babás teve de fazer pouso forçado na Capital e os famosos e as outras pessoas que estavam na aeronave tiveram atendimento privilegiado em unidades que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em Campo Grande.

Nos siga no