Capital

Com greve de ônibus, passageiros se viram para chegar até o trabalho

Viviane Oliveira, Júlia Kaifanny e Marcus Moura | 15/03/2017 06:52
Terminal Morenão vazio nas primeiras horas da  manhã de hoje (Foto: André Bittar)
Terminal Morenão vazio nas primeiras horas da manhã de hoje (Foto: André Bittar)
Motoristas parados em frente à garagem de ônibus São Francisco (Foto: Direto das Ruas)

Sem transporte coletivo desde às 5h de hoje (15), muitos passageiros foram pegos de surpresa em Campo Grande e precisaram se virar para chegar ao trabalho. Os motoristas de ônibus permanecem parados em suas respectivas garagens. A previsão é que a circulação seja retomada por volta das 7h30. O protesto faz parte do Dia Nacional de Paralisações e greves contra a reforma previdenciária.

Moradora do Bairro Rita Vieira, Elenir de Arruda, 61 anos, pegou carona com uma amiga para chegar até a Avenida Afonso Pena. Ela trabalha no Shopping Campo Grande e diz que foi pega de surpresa com a paralisação. “Não sabia. Sorte que uma amiga me viu no ponto de ônibus e ofereceu carona”, conta. Apesar do transtorno, Elenir apoia o motivo do protesto. “Acho válido. Temos que lutar pelos nossos direitos.

Compartilha da mesma opinião a copeira Lurdes Silveira, 66 anos. Ela trabalha na Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos) e entra no emprego às 7h30. Também aguardando na Avenida Afonso Pena, a mulher buscava uma forma para chegar até o local de trabalho. “Ficar sem ônibus é ruim, mas a gente tem que ter nosso direito preservado. O presidente (Michel Temer PMDB) está querendo tirar uma coisa que nós já conquistamos”, lamenta.

"A gente tem que ter nosso direito preservado", diz Dona Lurdes (Foto: Marcus Ermínio)
Mesmo cansado, segurança Marcílio diz que vai esperar o serviço ser retomado (Foto: André Bittar)

Esse horário da manifestação dos motoristas do transporte coletivo prejudica muita gente, porque muitos trabalhadores estão indo ou voltando do emprego. O segurança Marcílio Larson, 58 anos, por exemplo, entrou no serviço ontem às 17h e saiu hoje às 5h. Sem transporte, ele foi caminhando do Bairro Amambaí até a Praça Ary Coelho, na expectativa de conseguir embarcar em um ônibus.

“Nada até agora. Vou esperar até o serviço ser retomado”, afirma. Ele também apoia a manifestação nacional. “É uma sacanagem com o trabalhador. Vamos ter que começar a trabalhar aos 10 anos para ter uma aposentadoria digna”, ironiza.

Greve geral - Trabalhadores da educação, segurança pública, construção civil, servidores públicos federais e do Judiciário, empregados dos Correios e da construção civil, eletricitários, bancários e outras categorias, prometem ir às ruas, hoje, para protestar contra a reforma a previdência social, proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB). Os professores da rede pública de ensino, também, começam a greve geral que deve deixar ao menos 500 mil alunos sem aulas.

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