Capital

Carnaval vai embora, mas estragos sobram na Orla Ferroviária

Região virou ponto de encontro dos foliões que resolveram fazer a própria festa durante os quatro dias de festa

Geisy Garnes e Maressa Mendonça | 26/02/2020 14:38
Grades do guarda-corpo foram arrancadas durante a festa de terça-feira. (Foto: Direto das Ruas)
Grades do guarda-corpo foram arrancadas durante a festa de terça-feira. (Foto: Direto das Ruas)

O Carnaval acabou, mas ainda é possível encontrar os vestígios da festa que aconteceu quatro dias seguidos na região da Esplanada Ferroviária e da Orla Ferroviária em Campo Grande. No início da tarde desta quarta-feira (26), funcionários da Solurb ainda recolhiam o lixo na Avenida Calógeras e comerciantes lamentavam os estragos deixados pelos foliões.

Algumas das grades do guarda-corpo da orla, na Calógeras com a Antônia Maria Coelho, foram arrancadas e outras ficaram retorcidas após o vandalismo. O cruzamento virou ponto de encontro dos foliões que resolveram fazer a própria festa durante o Carnaval. Em pelo menos três dias, foram registradas brigas na região.

No primeiro dia de folia, a dispersão foi marcada pela ação da Polícia Militar, que usou bombas, tiros de bala de borracha e gás de pimenta, para mandar a multidão embora. Vídeos gravados por foliões e divulgados nas redes sociais mostram briga generalizada no mesmo ponto na segunda e na terça-feira, 24 e 25 de fevereiro.

Desde de segunda-feira (24), os estragos eram vistos na Calógeras. As grades próximas ao monumento da Maria Fumaça, no cruzamento com a Avenida Mato Grosso, também foram derrubadas durante as comemorações.

“Todo ano é a mesma coisa”, lamenta José Medeiros Loureiro, de 58 anos, que trabalha em um comércio na região. Segundo ele, os vândalos chegam a subir nos telhados das lojas que ficam na Orla Morena.

Loureiro também mora na região e conta que nos dias de Carnaval prefere ir para a casa de parentes e conhecidos por conta do barulho e do vandalismo. "São cinco dias sem dormir. Eles chutam as portas. É complicado demais", diz. Para o morador, a situação só melhora com a chegada da Polícia Militar. Mas, lembra ele, é o segundo ano que a dispersão acaba em conflitos entre foliões e policiais. 

Também comerciante da região, Jamal Mohamed, de 60 anos, conta que já perdeu a conta de quantas vezes os ferros do guarda-corpo, e a porta do estabelecimento dele também, foram danificados. "Eles passam chutando". Justamente por causa disso, as portas do comércio são reforçadas.

Grade da Orla arrancada (Foto: Maressa Mendonça)
Em outros pontos, a grade ficou retorcida (Foto: Maressa Mendonça)
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