Capital

Com festa cancelada, blocos ficam em alerta para confusão na Esplanada

Não há estimativa de público para os blocos, mas no ano passado, a folia na Esplanada reuniu cerca de 30 mil pessoas

Anahi Zurutuza | 28/02/2019 11:58
Policiais do Batalhão de Choque da PM que dispersaram a multidão na entrada do Esplanada no ano passado (Foto: Paulo Francis/Arquivo))
Policiais do Batalhão de Choque da PM que dispersaram a multidão na entrada do Esplanada no ano passado (Foto: Paulo Francis/Arquivo))

Com o Carnaval popular que estava programado para acontecer na Avenida Interlagos cancelado, a preocupação dos organizadores dos blocos é com o aumento do público e confusão após o horário do fim da festa na Esplanada dos Ferroviários, em Campo Grande. Os coordenadores dos dois principais cordões já pediram reforço na estrutura – banheiros, limpeza e segurança.

Não há estimativa de público para os blocos, mas no ano passado, a folia na Esplanada reuniu cerca de 30 mil pessoas. 

A estrutura já começava a ser montada, mas a Prefeitura de Campo Grande resolveu os shows marcados para a Avenida Interlagos, de 1º a 5 de março. Segundo nota divulgada pela assessoria, a administração optou em centrar esforços nas obras de recuperação de ruas danificadas pelo temporal de terça-feira (26). 

“Essa questão do Carnaval popular foi uma provocação dos blocos para a Prefeitura. Há alguns anos, o município deixou de realizar a festa, que era na Avenida Fernando Corrêa da Costa e acabou transferindo para os blocos a responsabilidade pelo Carnaval. Só que nós não temos financiamento, só o apoio logístico”, recorda Vitor Samudio, um dos organizadores do Capivara Blasé.

O ator, diretor e produtor cultural de Campo Grande afirma ainda que as organizações dos blocos reforçam que tanto quanto saúde, educação e obras, a cultura, o lazer e o entretenimento também são importantes e têm de receber investimento do poder público. “O Carnaval é uma festa pública da cultura popular, festa democrática”, ressalta.

Samudio fala ainda que geração de renda e movimento da economia. Segundo ele, pesquisas realizadas pela Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo) em parceria com a Fecomércio-MS (Federação do Comércio de Bens,

Serviços e Turismo de Mato Grosso do Sul) chegaram a estimativa de que o Carnaval deve movimentar R$ 50 milhões na economia em Campo Grande neste ano.

“Gera emprego, renda, o comércio lucra. Fatalmente, quando a economia eu gira, isso vai para o cofre público. O Carnaval tem potência econômica muito grande, e isso reflete depois na manutenção do asfalto, na saúde pública”, destaca o organizador.

Dispersão dos foliões com bombas de gás Esquina das ruas Antônio Maria Coelho e Calógeras, no Carnaval de 2018 (Foto: Reprodução)

Preocupação – Tudo isso para lembrar que as organizações estão muito preocupados os reflexos do cancelamento dos shows patrocinados pela Prefeitura de Campo Grande. Os blocos têm de acabar com a festa às 22h. A ideia era receber os foliões na Esplanada e quem quisesse ficar até mais tarde teria a opção de ir para os shows na Interlagos.

“A Interlagos seria uma alternativa para o folião que quer ficar até de madrugada. Sem essa opção, a gente teme que as pessoas fiquem ali e aumente muito a concentração depois do bloco”, explica Silvana Valu, que organiza o Cordão da Valu.

Os blocos têm uma série de regras a seguir. O temor é que voltem a acontecer situações como as do ano passado, quando o Batalhão de Choque precisou agir para dispersar o público na Esplanada.

“A gente não quer que isso aconteça, a gente faz um Carnaval tão lindo, organiza com tanto carinho, estamos cumprindo tudo que nos foi pedido”.

Os organizadores pediram que a Sectur transfira para a Avenida Calógeras e ruas da Vila dos Ferroviários toda o a estrutura preparada para a Avenida Interlagos. Mais detalhes sobre as providências serão divulgados em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira.

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