Capital

Com falta de médicos, socorro de vítimas do trânsito fica mais demorado

Viviane Oliveira e Marcus Moura | 03/04/2017 10:51
Bombeiros socorrem criança de 12 anos, que sofreu acidente nesta manhã (Foto: André Bittar)
Bombeiros socorrem criança de 12 anos, que sofreu acidente nesta manhã (Foto: André Bittar)

A falta de pediatras em UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) e a superlotação em hospitais públicos afetam até quem é socorrido pelo Corpo de Bombeiros e precisa de atendimento médico emergencial. Um problema recorrente é que, por falta de vaga em uma unidade próxima, o resgate precisa rodar mais que o dobro para socorrer vítimas.

Na manhã desta segunda-feira (3), por exemplo, o Corpo de Bombeiros teve que percorrer 11 km a mais com uma criança atropelada para conseguir atendimento médico.

O acidente ocorreu na Rua Mansour Contar, no Jardim Los Angeles, que fica na saída para São Paulo. Um menino de 12 anos seguia de bicicleta para a Escola Municipal Valdete Rosa da Silva, quando foi atingido por um Gol, conduzido por um encarregado de obras de 40 anos, que pediu para não ter o nome divulgado.

No local não há sinalização vertical e horizontal, mas testemunhas afirmam que a colisão ocorreu porque o condutor foi desviar de um buraco, invadiu a pista contrária e acabou atingindo a criança. O estudante sofreu trauma na cabeça e vários ferimentos pelo Corpo. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros.

Como não tinha pediatra na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário, que fica a 7 km do local do acidente, a equipe de socorristas teve que levar a vítima para a UPA Coronel Antonino e percorrer 18 km, ou seja 11 km a mais em busca de socorro, o que fatalmente faz o socorro demorar mais tempo.

Trajeto de pelo menos meia hora em um veículo normal. Esta não é a primeira vez que ambulâncias da Capital percorrem a cidade em busca de atendimento para os pacientes socorridos nas ruas.

A assessoria de Imprensa do Corpo de Bombeiros informou que o deslocamento da ambulância depende da Central de Regulação feita pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Independente da distância do ocorrido, o paciente é levado para unidade onde tem vaga e médico. 

Socorristas mobilizam a vítima que sofreu lesão na cabeça (Foto: André Bittar)

Problema crônico - Em nota, a Prefeitura informou que nesta segunda-feira o atendimento pediátrico está concentrado em duas unidades: UPA Coronel Antonino e UPA Vila Almeida, onde dez profissionais estão de plantão, sendo cinco em cada unidade.

“Como é procedimento padrão, os bombeiros encaminham a vítima para a unidade mais próxima que dispõe de atendimento. Quanto à falta de profissionais nas demais unidades, o problema é crônico e a atual gestão vem buscado alternativas para melhorar as escalas, principalmente nos períodos matutino e vespertino”, diz o texto.

Conforme a Prefeitura, ainda neste mês, 14 profissionais que passaram no concurso e foram chamados devem reforçar o atendimento e, paralelamente, a Secretária Municipal de Saúde estuda conceder gratificação para atrair pediatras, pois a maioria prefere estar nos consultórios e hospitais particulares.

Lotação - Lotada, a Santa Casa também não está recebendo pacientes infantis. Segundo a assessoria de imprensa, ontem o setor pediátrico da unidade operou com 100% a mais que a capacidade, improvisando leito com respirador portátil.

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