Capital

Com arrastões e sequestros, Capital tem 700 roubos a mais que em 2015

De 1º de janeiro ao dia 31 de agosto, foram registrados 5 mil casos de roubo em Campo Grande

Luana Rodrigues | 19/09/2016 08:22
Em Campo Grande, a cada 1 hora, uma pessoa é vítima de bandidos armados. (Foto: Marcos Ermínio)
Em Campo Grande, a cada 1 hora, uma pessoa é vítima de bandidos armados. (Foto: Marcos Ermínio)

Não importa se é saindo ou dentro de casa, na garagem, na parada de ônibus, num restaurante, posto de combustíveis, mercado, os criminosos não escolhem mais, sempre encontram um alvo. Casos de roubo, como por exemplo, os arrastões - que antes eram raridade em Campo Grande - estão cada dia mais comuns. Insegurança comprovada por estatística.

Enquanto em 2015, de 1º de janeiro ao dia 31 de agosto, foram registrados 4.369 casos de roubo na Capital. Este ano, no mesmo período, foram 5.080 registros, mais de 700 casos a mais que no ano passado, que representa um aumento de 11% nos crimes.

Uma conta básica envolvendo estes números mostra também que em Campo Grande, a cada 1 hora, uma pessoa é vítima de bandidos armados com um revólver, faca ou pedaço de pau, que seja. É o que a polícia chama de roubo majorado pelo emprego de arma.

Se levarmos em conta os registros desse crime no Estado todo, ou números mostram que a situação da Capital é mais delicada. Em Mato Grosso do Sul, foram 7.656 roubos ao todo, o que leva a conclusão de que Campo Grande é a cidade onde 66% dos casos acontecem.

Veículo da vítima foi encontrado pela polícia, completamente queimado (Foto: Fernando Antunes)
Cômodo da casa invadida ficou e revidado e com sangue das vítimas feridas a coronhadas. (Foto: Marcos Ermínio).

Arrastões e sequestros – Aumentam os casos e também a diversidade na forma de agir dos criminosos. Neste fim de semana, seis pessoas foram vítimas de um arrastão em um restaurante no bairro São Francisco, região central de Campo Grande.

Conforme o registro policial, dois homens realizaram o assalto enquanto outro aguardava no carro para fugir. As vítimas tiveram que entregar os celulares, carteira e até relógios. Antes de fugirem, os assaltantes ainda perguntaram se havia algum policial no estabelecimento.

Em outro caso, na semana passada, uma estudante de 22 anos teve o carro levado e queimado por bandidos, durante um suposto assalto.

O crime ocorreu na região da Uniderp, universidade localizada na Avenida Ceará, no bairro Chácara Cachoeira, local que tem sido considerado perigoso, pelo alto índice de registro de crimes.

Também no início deste mês, doze pessoas ficaram refém de três assaltantes, durante um roubo em uma casa conjugada com um supermercado, na Rua Capitão Aírton P. Rebouças com a Avenida Conde de Boa Vista, no Jardim Santa Emília.

Todos foram trancados em uma sala e feitos reféns. “Agressivos, os assaltantes ameaçavam as vítimas de morte, caso elas reagissem”, disse o delegado responsável pelo caso, Giuliano Carvalho Biaccio.

Dois reféns foram agredidos a coronhadas e um deles ficou ferido no queixo e precisou de atendimento médico.

O trio já tinha roubado celulares e R$ 1.458 em dinheiro. Eles queriam ainda a chave de uma caminhonete Amarok, de um Honda Civic, e de uma motocicleta CBR 1000. A polícia só foi acionada, quando uma das vítimas aproveitou a distração dos bandidos e ligou para 190.

Quando os militares chegaram, os bandidos se desesperaram e tentaram fugir pulando o muro. Um deles pulou o muro da lateral da casa e atirou contra um policial, que revidou. Outro também tentou fugir pelos fundos, mas desistiu e ficou escondido no corredor. E um terceiro conseguiu escapar para uma casa vizinha, mas foi perseguido, e atingido com quatro tiros, sendo dois no abdômen, um na mão direita e um na altura do pescoço.

Segundo o delegado, os três assaltantes estavam armados. A polícia acredita que o crime foi premeditado, mas poderia ter sido evitado se houvesse cautela das vítimas.

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