Capital

Cidade tem tanto passageiro que já precisa de aeroporto 4 vezes maior

Evelyn Souza | 19/08/2013 06:55
Movimento do aeroporto cresceu 378% nos últimos anos. (Foto: Cleber Gellio)
Movimento do aeroporto cresceu 378% nos últimos anos. (Foto: Cleber Gellio)

Campo Grande possui hoje cerca de 805 mil habitantes, de fato, a cidade cresceu, o poder aquisitivo também e o aeroporto da cidade, já não suporta tamanha demanda. Isso porque com correria do dia-a-dia, os campo-grandenses querem cada vez mais agilidade, praticidade e rapidez. Seja para uma viagem de reunião de negócios, um passeio com a família ou um bate volta de fim de semana. Sem contar que a cidade recebe visitantes, de outras regiões.

Prova disso, é que o número de passageiros do Aeroporto Internacional já ultrapassa a metade do valor total registrado no ano passado. De acordo com a Infraero, de janeiro a julho desse ano, 911.366 pessoas embarcaram e desembarcaram no aeroporto da Capital. No ano passado, o número chegou a 1,6 milhão.

Para se ter uma ideia ainda maior, por dia, uma média de 4.475 passageiros passam pelo aeroporto. O aumento é de 378%, se comparado há vinte anos, onde número era de 934.

Mas a notícia boa, é que a Cidade Morena, finalmente, ganhará um novo aeroporto. A parte ruim da história, é que apesar das obras começarem em 2014, ele só deve ficar pronto em 2017.

Segundo o secretário estadual de Planejamento, Carlos Alberto Negreiros Said Menezes, a Infraero já está desenvolvendo projetos executivos de engenharia para a construção do novo aeroporto, que deve ser quatro vezes maior que o atual. Ainda de acordo com o secretário, os estudos ambientais já foram concluídos e o próximo passo agora é começar o processo de licitação e dar início as obras.

“A cada 20 anos a Infraero faz uma atualização de plano diretor, que mostra as projeções que precisam ser feitas. A de Campo Grande terminou no ano passado e mostrou que realmente precisamos de um espaço maior para atender o público”, explicou.

E quem está curioso com a localização, não crie muita expectativa. O espaço será o mesmo, a pista será estendida, novos terminais para passageiros e um novo pátio para aeronaves serão construídos.

Como o aeroporto da cidade ainda não é concessionado, os projetos executivos, assim como a administração e o controle de operação, ficarão por conta da Infraero. Nas obras, o Estado ficará responsável pela parte de acesso a serviços, como regularização ambiental, investimentos na parte de infraestrutura e logística, sistema de desenvolvimento de energia, telecomunicações, sistema viário e drenagem.

Depois de pronto, o novo aeroporto vai atender a aviação comercial de passageiros e voos de cargas. Enquanto o antigo (atual) servirá de apoio a Base Aérea e o Batalhão de Helicóptero do Exército Brasileiro e aviação regional.

 

Taxista reclama da estrutura para trabalhar. (Foto: Cleber Géllio)
Claudia, pronta para seguir viagem com a família para SP, depois, Chile. (Foto: Cleber Gellio)

Mas o grande fluxo não é só sinal de aperto, mas também, de aumento de trabalho para o seu Devair Vargas. Taxista desde 1993, conta que só de conversas, conhece o país inteiro. Em relação aos clientes, confessa: "Nesses 19 anos já vi gente de todo tipo. Os mais ricos, são sempre os mais educados”, diz. Em relação à infraestrutura, ele faz o apelo: "precisa melhorar".

Roselida Padilha, não soube dizer muita coisa sobre o aeroporto, afinal, estava “voando” pela primeira vez. Isso porque o filho estava indo para o Rio de Janeiro, participar de uma maratona nacional, daí aproveitou a "carona". "Pelo menos não vou sozinha né", conta a professora.

A praticidade de viajar de avião é vantagem para quem precisa chegar rápido e principalmente, para que mantém relacionamentos à distância. Como a advogada Claudia Carlesso, 26 anos. Moradora de Dourados veio de carro até Campo Grande. Junto com o pai, a mãe e o irmão, vão direto para São Paulo, onde está o namorado e em seguida, todos seguem para o Chile.

Agente de viagens e casal de namorados, que desembarcaram na Capital e seguiram para Bonito.
Professora na expectativa, para andar de avião pela primeira vez. (Foto: Cleber Gellio)

E quando se trata de desembarque, é comum ver agentes de viagem segurando aquele papelzinho, com o nome de uma pessoa ou de um grupo. Odineia Santos Leite, 38 anos, por exemplo, aguardava 28 pessoas, que compraram pacote para conhecer Bonito.

Entre eles, o casal de namorados, Miguel Vieira, 30 anos e Amanda Ferraz, 24, de São Paulo. “Compramos antecipado, por um site de compras coletivas, que pena que tá frio né?”, disse a fonoaudióloga um pouco desapontada com as baixas temperaturas do Estado.

E não é possível falar em aeroporto, sem citar aqueles que costumam passar horas do dia, principalmente dos fins de semana, no mirante da cidade, olhando pousos e decolagens. “Isso aqui é uma forma de meditação, a gente vem, olha, pensa. Costumo vir todos os finais de semana”, diz o funcionário público, Rubens José Joaquim, 46 anos.

Visão do mirante, construído em frente ao aeroporto. (Foto: Cleber Gellio)
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