Capital

Chuva intensa deixou bairros da periferia em situação de calamidade

Alan Diógenes | 13/09/2015 09:13
"Lagoas" são formadas pela água da chuva e moradores não conseguem sair de casa. (Foto: Gerson Walber)
"Lagoas" são formadas pela água da chuva e moradores não conseguem sair de casa. (Foto: Gerson Walber)

As chuvas que superaram o que era previsto pelos meteorologistas para todo o mês de setembro causou transtornos, principalmente, nos bairros mais afastados do Centro de Campo Grande, e que não tem vias asfaltadas. Apesar do sol surgir novamente, as ruas estão intransitáveis por conta da lama e dos buracos que, além do desconforto, oferecem riscos aos moradores e motoristas.

Na Rua dos Pracinhas, Bairro Nova Lima, por exemplo, a lama escorreu com a água da chuva até a Rua Nefe Pael, que é asfaltada. Por lá os condutores precisam invadir a pista contrária para desviar do lamaçal. O risco de acidentes é iminente, principalmente para os motociclistas que podem sofrer deslizamentos e quedas.

A aposentada Marilene Alvarenga, 63 anos, mora há 34 no bairro e disse que quando chove muito o problema sempre é o mesmo. “É sempre assim e quando o barro seca fica uma montanhas se transformam em obstáculos para os motoristas. O jeito era asfaltar todas as ruas do bairro mesmo”, comentou.

Já na Rua Guia Miçu, no Jardim Colúmbia, uma “lagoa” se formou no meio da rua e ninguém consegue passar. Para sair de casa a dona de casa Derci Nascimento do Carmo, 62, coloca sacolinhas de supermercado no pé. “São 19 anos esperando o asfalto e o jeito é fazer assim. O pior é o quintal não para limpo é a gente tem que ficar limpando toda hora”, destacou.

 

Boeiros entupidos transbordaram. (Foto: Gerson Walber)
Ruas sem asfalto causa desconforto aos motoristas. (Foto: Gerson Walber)

O aposentado José Ferreira do Carmo, 65, tem dificuldade de sair de casa até mesmo com o carro. Ele por diversas vezes ficou atolado na lama. “Deu o que fazer para tirar o carro de dentro da lama. O pior é que a chuva passa, mas a lagoa continua, então o risco de doenças e dengue é inevitável”, comentou.

Mais para frente, na Rua Carabinari o transtorno é dobrado. A lama e os buracos obrigaram os moradores a jogarem entulhos na via para conseguirem sair de casa. “O pessoal joga entulhos para amenizar o problema. Agora até que a rua está boa, antes não passava nem carro, nem moto. Esses dias uma caminhonete passou carregada de telhas e acabou ficando presa. É um descaso total com a população”, finalizou.

Temporada de Chuva - Depois da longa estiagem de agosto, a cidade vive uma estação das águas mais intensa para este mês desde 2001.Em entrevista cedida ao Campo Grande News anteriormente o meteorologista da Anhanguera/Uniderp, Natálio Abrahão Filho, era esperada precipitação de 78,2 mm (milímetros) em setembro.

Contudo a chuva acumulada nos dias 8,9, 10 e hoje totaliza 129,8 mm. Portanto, 65% a mais do que o previsto. O recorde foi na última terça-feira (8), quando o tempo chuvoso deu fim à onda de calor. Na ocasião, a precipitação foi de 79,8 mm. Nesta sexta-feira, já foram registrados 48,6 mm de chuva.

Morador espera por asfalto há 19 anos no Jardim Colúmbia. (Foto: Gerson Walber)
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