Capital

Centenas ligam para clínicas, mas preço de vacina da dengue assusta

Prophylaxis e Imunitá receberam as doses nesta semana, mas não vacinaram ninguém

Anahi Zurutuza | 04/08/2016 19:19
Vacina chegou às clínicas da Capital nesta semana (Foto: Fernando Antunes)
Vacina chegou às clínicas da Capital nesta semana (Foto: Fernando Antunes)

Os telefones das duas clínicas privadas de vacinação de Campo Grande que já oferecem as doses do imunizante contra a dengue não pararam nesta quinta-feira (4). Mas, nenhum dos clientes foi se vacinar até agora. O preço assusta e por se tratar de uma vacina nova, muitas pessoas ligam para tirar dúvidas.

Quem quiser fica protegido contra a dengue terá de desembolsar cerca de R$ 1 mil.

De acordo com a gerente da Imunitá, Evelise Marietto, ao menos 150 pessoas ligaram para a clínica hoje. “As pessoas têm muitas dúvidas, sobre faixa etária, quantidade de doses. O preço pode ter assustado um pouco. Mas, tem vacinas mais caras que são bem procuradas”, relatou, exemplificando com as doses da Meningo B, contra a meningite bacteriana, que custam R$ 600 e dependendo do pacientes, são prescritas até três aplicações.

A Imunitá está agendando horário para aplicar a vacina porque cada ampola com o imunizante contém cinco doses e após a abertura do frasco, o conteúdo tem validade de seis horas. Com o agendamento, o estabelecimento consegue concentrar cinco clientes neste intervalo de tempo e não têm de desprezar o que vencer.

Na clínica, cada dose custa R$ 330, mas se uma família ou grupos de amigos, de colegas de trabalho procurarem a clínica no mesmo horário é dado desconto de R$ 20 em cada aplicação.

A Prophylaxis já tem grupos de cinco pessoas agendados para tomar a vacina amanhã (5) e no sábado, mas segundo a diretora comercial da clínica, Deise Sinesio, a maior parte das ligações recebidas é de pessoas com questionamentos sobre a vacina. “O preço espanta um pouco e não estamos o verão, em época de chuva, quando explode o número de casos. As pessoas ligam para perguntar, mas dizem que vão deixar para depois”.

A clínica cobra R$ 350 pela dose da Dengvaxia. Mas, para grupos fechados de cinco pessoas o preço cai para R$ 308.

Combate ao Aedes aegypti ainda é a melhor forma de evitar a dengue, diz representante da SES (Foto: Sanofi Pasteur/Divulgação)
Limpeza de quintais e terrenos não pode ser esquecida (Foto: Arquivo)

Epidemia – Evelise e Deise acreditam que mais para o fim do ano, quando mais casos de dengue começarem aparecer, pode haver correria às clínicas. A SES (Secretaria de Estado de Saúde) já prevê nova epidemia da doença, entre dezembro e o fim do primeiro trimestres de 2017.

“Quando começa aparecer caso, a pessoa assusta e corre para a clínica”, afirma Deise. Contudo, a diretora explica que a orientação é tomar a primeira dose o quanto antes. “São três doses no total e quem tomar agora, só vai poder passa pela segunda aplicação em fevereiro, quando já vamos estar na época de pico da doença”.

O tratamento com a vacina – que protege contra quatro tipos de dengue – inclui três doses, com seis meses de intervalo entre elas. Vacinada, a pessoa tem de 66% a 70% de chances de não ter a doença. E, mesmo se contrair o vírus, em 82% dos casos, o paciente tem sintomas leves e não precisa de internação.

Mauro Lúcio Rosário, coordenador estadual de controle de vetores, afirma que independemente da possibilidade de ficar “imune” à doença, o alerta é para que a população mantenha sempre os quintais e terrenos baldios limpos. “Não temos certeza da eficácia desta vacina e a melhor forma de evitar uma epidemia é acabar com o mosquito Aedes aegypti [transmissor]”.

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