Capital

Ceasa tem 40 dias para arrumar rede elétrica condenada em vistoria

Sem manutenção desde a inauguração, há 40 anos, administração terá que arrumar todos os problemas elétricos em pouco mais de um mês

Bruna Kaspary | 01/02/2019 10:01
Fiação na Ceasa está a mostra e, em muitos locais, remendada e descascada (Foto: Bruna Kaspary)
Fiação na Ceasa está a mostra e, em muitos locais, remendada e descascada (Foto: Bruna Kaspary)

Sem manutenção há quase 40 anos, a Ceasa terá pouco mais de um mês para resolver todos os problemas da rede elétrica, que foi condenada após vistoria solicitada pelo MPE (Ministério Público Estadual). Apesar de o projeto já estar em andamento, a administração da Central de Abastecimento garante que serão necessários pelo menos dois meses para terminar a readequação.

Inaugurada em julho de 1979, a Ceasa (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) está desde então sem uma manutenção adequada em todos os âmbitos, mas a maior preocupação do MPE hoje é em relação à estruturação precária da rede elétrica do local. Em decisão, o ministério estipulou o prazo de 40 dias para que a administração refaça toda a rede.

Com fios pendurados e à mostra, o risco iminente de acontecer algum acidente deixa todos os funcionários em alerta, já que não tem como saber se algum desses cabos estão ou não energizados. “É tudo muito antigo aqui, tem muita gambiarra”, alerta o gerente de uma loja de embalagens Bruno Melo, de 33 anos.

Ele afirma que, com a reforma na parte elétrica da central, também será feita uma obra dentro da loja, para diminuir ao máximo todo o perigo de acidentes.

Ivan Lima, de 43 anos, também é gerente de um dos boxes na Ceasa e alerta que o problema não está somente na parte elétrica da central. “Na verdade, precisa de uma modernização geral, é estrutural”, explica.

“A Energisa sempre teve dificuldades aqui dentro, se ligam as câmaras frias, cai toda a energia e não aguenta”, confirma o presidente da associação dos permissionados da Ceasa, Luiz Eleutério de Queiroz, de 48 anos.

 

Na central, reforma da rede elétrica já começou a ser feita (Foto: Bruna Kaspary)
Em muitos pontos, há emendas que põe em risco segurança de quem está no local (Foto: Bruna Kaspary)

A reforma – O presidente da diretoria-executiva da Ceasa, Elúsio Guerreiro de Carvalho, confirma que houve um descaso com a manutenção de infraestrutura em anos anteriores, mas que desde a metade de 2018 a situação está se revertendo. “Não deu para recuperar nada da estrutura elétrica”, explica.

“Tem uma demanda e uso de energia aqui maior do que a rede aguenta”, afirma. Ele ainda completa que houve uma expansão muito grande da central e muitas câmaras frias foram colocadas no local, e sempre há queda de energia por causa dessa quantidade de energia necessária.

Apesar de ter começado o projeto de reformulação da rede elétrica há algum tempo, Carvalho afirma que o tempo estipulado pelo MPE ainda não será o suficiente e que serão necessários pelo menos vinte dias além do prazo limite.

Todo o processo – Essa data inclusive já está extrapolada, segundo o presidente. Inicialmente o prazo era para o final do ano passado. “Nós enviamos um ofício para o procurador antes de chegar ao fim do prazo, mas ele estava de férias e não leu. Nosso primeiro orçamento para essa reformulação foi de R$ 800 mil, isso é um terço da nossa receita”, explica.

Carvalho afirma que foram feitos outros três orçamentos depois e conseguiram chegar ao valor de R$ 360 mil para fazer toda a instalação da baixa tensão. A Energisa fez a estruturação da rede de alta tensão e deixou por responsabilidade da central fazer o resto.

“Nós iremos entregar até o medidor de cada box e o resto é com os proprietários”, explica o diretor administrativo da Ceasa, Luiz Carlos da Silva. A própria cede da administração da central, segundo ele, ilustra a falta de manutenção, que a central passou nesses anos.

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