Capital

Ceasa já desinfetou 110 carretas para evitar coronavírus “importado” de SP

Centro de distribuição de São Paulo é principal fonte de alimentos do Ceasa e por isso governo instalou barreira sanitária

Izabela Sanchez e Clayton Neves | 03/04/2020 09:30
Máscaras são utilizadas por todos que chegam no Ceasa (Foto: Henrique Kawaminami)
Máscaras são utilizadas por todos que chegam no Ceasa (Foto: Henrique Kawaminami)

Além das 14 barreiras sanitárias autorizadas para funcionar em estradas de Mato Grosso do Sul em pontos estratégicos das divisas, o Ceasa (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) foi escolhido, junto com o Aeroporto Internacional de Campo Grande, para ser inspecionado diariamente por fiscais sanitários. Por ali, desde que a barreira sanitária começou a funcionar na madrugada de quarta-feira (1), 110 carretas, em média, foram higienizadas para evitar deixarem em Mato Grosso do Sul coronavírus importado de São Paulo.

Isso porque o Ceages (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), na Capital paulista, é a principal fonte dos alimentos trazidos para serem comercializados nas madrugadas e manhãs do Ceasa em Campo Grande. São Paulo lidera o número de casos da doença causada pelo coronavírus, a Covid-19, e até quinta-feira (2) foram registradas 188 mortes e mais de 3.500 casos confirmados.

Fiscal sanitário utiliza EPI para higienizar carreta que chegou nesta madrugada ao Ceasa (Foto: Divulgação)

Na madrugada desta sexta-feira (3), 70 caminhões e carretas foram desinfectados. O horário em que as abordagens e inspeções ocorrem é durante o maior fluxo diário, das 0h até as 4h. Os EPIS (Equipamentos de Proteção Individual) dos fiscais formam a única característica de um cenário de crise sanitária mundial, junto com as máscaras de comerciantes e funcionários do Ceasa.

Para lavar os veículos, utiliza-se uma mistura de álcool 90, água sanitária e água, e o produto passa por toda a carreta, cabine e pneus, a parte externa.

Como funciona – Além da vistoria da carga e limpeza do veículo, os fiscais analisam o documento do motorista e realizam entrevista para saber a origem da carga. A entrevista ocorre enquanto o veículo é higienizado pela equipe.

O Campo Grande News não foi autorizado a entrar no local da inspeção, mas por ali, ouve-se falar em confiança na medida. A sensação é de alívio, já que além de garantir que o abastecimento continue, a inspeção passa mais segurança aos consumidores e interfere diretamente na venda dos produtos.

No Ceasa, a vida continua, apenas com mais proteção (Foto: Henrique Kawaminami)

Os macacões e máscaras utilizados por quem lava os caminhões parecem terem saído de um filme de ficção científica, iguais aos utilizados no Aeroporto de Campo Grande. Nesta sexta-feira, ainda assim, a rotina está como em qualquer outro dia: muitas cores de legumes, frutas e verduras e volume normal de alimentos cujo destino final são os supermercados de todo o Estado.

 

Nos siga no