Capital

Caso acatem tese da defesa, jurados podem colocar Agnaldo em liberdade

Marta Ferreira e Nadyenka Castro | 29/11/2011 17:38

MPE defende punição que pode superar 10 anos pela morte de Rogerinho, mas defesa tenta amenizar acusação. Júri já está reunido, após 6 horas.

O promtor Fernando Zaupa, de arma em punho, defende tese da acusação, pedindo a condenação de Agnaldo. (Foto: João Garrigó)
O promtor Fernando Zaupa, de arma em punho, defende tese da acusação, pedindo a condenação de Agnaldo. (Foto: João Garrigó)

Se prevalecer a tese da defesa do jornalista Agnaldo Ferreira Gonçalves, de 61 anos, ele pode sair nesta tarde pela porta da frente, com alvará de soltura, do Fórum de Campo Grande. Agnaldo e está sendo julgado hoje por ter matado, em 2009, o menino Rogério Pedra, então com dois anos.

Os jurados já estão reunidos para decidir se ele vai ou não ser condenado, após seis horas de julgamento.

A acusação quer que ele seja condenado por homicídio simples e ainda por três tentativas de homicídio, contra a irmã do menino, o tio, com quem Agnaldo discutiu no trânsito e contra o avô, que foi atingido por um disparo. Nesse caso, a pena superaria 10 anos de prisão.

O advogado de defesa, Valdir Custódio, argumentou ao júri que devem ser desconsideradas duas tentativas de homicídio, contra a menina e o tio, que não foram atingidos, e que a acusação de homicídio simples deve ser atenuada. Para ele, o cliente cometeu um homicídio privilegiado, sob forte emoção, no caso a discussão com o tio do menino morto.

Na réplica à manifestação da defesa, o promotor Fernando Zauppa refutou essa tese. “Foi ele quem buzinou, foi ele quem deu sinal com a mão, foi ele quem foi atrás, foi ele quem se identificou como jornalista e até como quem manda na polícia”, afirmou o promotor sobre o réu.

Sobre o pedido para desqualificar duas acusações de tentativa de homicídio, o promotor disse que, mesmo elas não tenham atingido o tio e a menina, tiveram uma carga de destruição. Segundo ele, a irmã de Rogerinho tem problemas até hoje, como por exemplo acordar à noite e chamar pelo menino.

Na sua fala ao júri, ele alertou sobre a possibilidade de o réu ser solto, se eles acataram a tese da defesa. Segundo ele, vai equivaler a dizer que em Campo Grande, pode discutir e matar no trânsito, “que é um privilégio”.

Contratado para fazer a assistência da acusação, o advogado Ricardo Trad criticou a defesa, classificando de “franciscana” a tese apresentada e o fato de defensor ter se sentado próximo dos jurados para dizer que defenderia o que considera correto.

Em resposta à afirmação do advogado de defesa de que acusação não esclareceu os motivos do crime, Trad atribuiu ao “machismo, ódio, medo” e disse que, duas semanas antes, Agnaldo chamou a funcionária de um banco de “vaca”.

“Essa é a personalidade dele”, definiu.

Na tréplica, o advogado de defesa, comentou a definição de Ricardo Trad, dizendo que foi criticado apenas por usar a sinceridade.

Ao pedir que a pena para seu cliente seja amenizada, argumentou que Agnaldo tem 62 anos, é cardíaco e diabético que, se prevalecer a tese da acusação, “pode passar o resto da vida atrás das grades”

Nas palavras do defensor, Agnaldo não é um criminoso. “Qualquer um de nós com o um motivo forte, poderia estar nessa situação”, encerrou sua fala.

Agora, os jurados estão reunidos, para responder aos quesitos elaborados pelo juiz sobre a culpa ou inocência de Agnaldo pelos crimes de que é acusado.

Ele está preso, e dependendo do resultado do júri, sai do Fórum direto para casa ou volta para a penitenciária.

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