Capital

Emha será mais rigorosa na fiscalização das casas doadas

Viviane Oliveira | 28/01/2011 18:32
José já pagou R$ 2300 em alguel. (foto: João Garrigó)
José já pagou R$ 2300 em alguel. (foto: João Garrigó)

O aposentado José Francisco dos Santos, 72 anos, e a esposa vivem um pesadelo há 3 meses. São exemplo de pessoas humildes que alugam imóveis da Emha (Empresa Municipal de habitação), o que é proibido.

Eles moram em uma casa no Jardim Noroeste há dois anos e 11 meses, mas depois da proprietária ser ameaçada de perder o imóvel, por ter alugado, a tranquilidade do casal acabou.

“Eu pagava R$ 100 todo mês de aluguel, água e luz até que esses dias ela chegou e pediu a casa. Pedi um prazo de 90 dias para sair, fui e conversei na Emha”, disse o aposentado que foi orientado pela secretaria para não sair do imóvel.

Hoje pela manhã, o casal procurou a Polícia Civil, mas nem sequer conseguiu registrar Boletim de Ocorrência, porque não são donos do imóvel, nem têm o contrato de locação.

José Francisco garante que a dona da casa já foi contemplada por duas vezes em projetos populares da prefeitura de Campo Grande, e que a primeira casa ela trocou por uma moto Biz.

José ficou quatro dias sem energia. Foto: (João Guarrigó)

Conforme José, a família já pagou no total R$ 2,300 de aluguel no residencial Leon Delizar Conte, mesmo com a renda de R$ 600 reais por mês.

O aposentado mora com a esposa Demis Pinheiro Mendes, 74 anos, e relata que depois que a proprietária ficou sabendo que tinha perdido a casa, cortou a água e a luz do casal de idosos.

“Ela nos ameaça dizendo que vai colocar fogo na gente se não sairmos da residência”, disse o aposentado.

Ilegal - As famílias que são contempladas com as casas da Emha (Agência Municipal de Habitação) não podem vender e nem alugar as casas. De acordo com o diretor-presidente do órgão, Paulo Mattos, a prefeitura ficará cada vez mais rigorosa com quem adquirir o imóvel com esse objetivo.

Paulo explica que esse é um exemplo do que vai acontecer com quem é beneficiado com casas populares e aluga ou vende. “A pessoa vai perder a casa, estamos incentivando o locatário a denunciar. Se ele provar que paga água, luz, aluguel e não tiver outro imóvel, nós vamos regularizar o locatário”, afirma Paulo.

Segundo o diretor a população está transformando as casas da Emha em negócios imobiliários. “Nos já flagramos um cidadão que tinha 20 casas populares alugadas. Tem gente que vende uma casa por R$ 1 mil, e os investidores compram para revender", comenta.

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