Capital

Carta anônima pede que famílias "protejam" crianças contra "kit gay"

Thiago de Souza | 01/02/2016 20:07
Carta alerta para político travesti que atuaria em favor do "kit gay". (Foto: Direto das Ruas)
Carta alerta para político travesti que atuaria em favor do "kit gay". (Foto: Direto das Ruas)
Carta fala da "infiltração" de políticos homossexuais na sociedade. (Foto: Direto das Ruas)

Um morador da Rua das Rosas, no Bairro Jóquei Clube, relata a circulação de cartas com conteúdo homofóbico, colocadas anonimamente nas caixas de correspondências de residências da região. A carta que tem como título “Alerta Protejam as Crianças” é um aviso contra um “político travesti que atua na prefeitura”, e também sobre o que ficou conhecido como “kit gay”, material didático que abordaria a diversidade sexual e seria distribuído nas escolas públicas do País.

O escrito é repleto de erros de português e faz um “alerta” em relação a políticos homossexuais “que estão se infiltrando em partidos políticos”, e pede que a sociedade não vote em políticos gays, pois eles sancionarão leis para destruir a fé católica, as demais crenças e a família.

A carta seria uma espécie de “corrente”, e pede que, assim que o morador terminar de ler, coloque na caixa de correspondências de um vizinho. Outra mensagem conclama a sociedade para que, quando o “kit gay” chegar às escolas, todos deverão jogá-los nas ruas e atear fogo.

Embora os escritos não citem nenhum nome, procuramos a coordenadora de Políticas Públicas LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) Cris Stefani para falar sobre o material. Ela relata que já houve a circulação desse tipo de carta, e disse que começou na Vila Progresso, na Capital, e depois se espalhou para outros bairros. “Já denunciamos para o Ministério Público uma vez. É preciso fazer uma força-tarefa com a polícia e investigar com auxílio de câmeras de segurança quem está fazendo isso”, afirmou.

Stefani ressalta que seu trabalho na Prefeitura trata apenas de inclusão social de homossexuais e que não pretende destruir a família de ninguém. “Queremos apenas construir a nossa”, relatou.

Diante do que diz a carta, Stefani aproveita para lançar diversos questionamentos. “O que seria o kit gay? Será que alguém aprende a ser gay?''. 

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