Capital

Captação de órgão na Santa Casa garante vida nova para quatro pessoas

O coração, os rins e a córnea de um rapaz de 26 anos foram doados para pacientes em Brasília, São Paulo e Campo Grande

Geisy Garnes | 27/11/2018 09:35
Transplante aconteceu na manhã desta segunda-feira (Foto: Henrique Kawaminami)
Transplante aconteceu na manhã desta segunda-feira (Foto: Henrique Kawaminami)

Transplante de órgão mobilizou equipes médicas e Corpo de Bombeiros nesta semana na Santa Casa de Campo Grande. O coração, os rins e a córnea de um rapaz de 26 anos foram doados para pacientes que aguardavam na fila de transplante em Brasília, São Paulo e também na Capital.

O doador de 26 anos morreu em decorrência de uma TCE (Traumatismo Cranioencefálico) grave. Com a autorização da família, uma verdadeira operação foi montada para transformar a dor da perda em esperança para outras quatro pessoas.

Os órgãos foram retirados em uma cirurgia delicada ontem (26), que envolveu vários profissionais, nesta manhã. Uma equipe de Brasília veio a Campo Grande para buscar o coração, que agora vai proporcionar novos anos de vida para outra pessoa.

São apenas quatro horas entre a captação do órgão e o transplante. Justamente por isso, o paciente já aguarda na sala de cirurgia do hospital em Brasília, enquanto aqui na Capital, dois militares da moto operacional do Corpo de Bombeiros fazem o acompanhamento das equipes médicas até o aeroporto de Campo Grande.

“Fazemos o acompanhamento, nesses casos tentamos obstruir as vias de maior fluxo de veículo para as equipes ganharem tempo. Isso porque o carro é descaracterizado, não tem giroflex”, explicou Michel Melim, sargento do Corpo de Bombeiros.

Um dos rins será enviado para São Paulo, enquanto que o outro vai ser transplantado na parte da tarde na Santa Casa, em um homem de 54 anos. As córneas também vão ficar em Campo Grande, no banco do hospital.

Com a doação desta manhã, a Santa Casa registra 16 transplantes em 2018. Só de coração, esse é o sétimo caso no ano. Segundo Rodrigo Silva, chefe da Organização de Procura de Órgãos, em 2016 cerca de 74% das família negavam o transplante, hoje esse número reduziu em 10% e a expectativa é de que diminua ainda mais.

“Muitas famílias ficam receosas, mesmo com a vontade do doador, as famílias não querem, mas acredito que isso vai mudar”, afirmou Rodrigo que aposta em conversas e apoio para convencer dos benefícios do transplante.

Rodrigo Silva, chefe da Organização de Procura de Órgãos (Foto: Henrique Kawaminami)
Órgãos foram levados para Brasília e São Paulo (Foto: Henrique Kawaminami)
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