Capital

Capital tem pelo menos 13 escolas inacabadas, aponta Transparência Brasil

Levantamento disponível em aplicativo desenvolvido pela organização mostra que apenas três construções estão em andamento

Tainá Jara | 28/08/2019 15:42
Aplicativo aponta a situação das unidades escolares em construção em todo o Brasil. Em Campo Grande, são nove obras em atraso (Foto: Kisie Ainoã)
Aplicativo aponta a situação das unidades escolares em construção em todo o Brasil. Em Campo Grande, são nove obras em atraso (Foto: Kisie Ainoã)

Com informações obtidas a partir da Lei de Acesso à Informação (Lai), a organização Transparência Brasil mapeou pelo menos 13 obras de escolas e creches inacabadas em Campo Grande. As informações e o acompanhamento das construções podem ser vistas a partir do aplicativo "Tá de Pé", disponível gratuitamente para instalação nos celulares.

O aplicativo é apenas uma das plataformas desenvolvidas pela organização para motivar a participação dos cidadãos na fiscalização de instrumentos públicos. Representante da entidade, a cientista de dados, Jessica Voigt, aponta os efeitos práticos da utilização da ferramenta.

“Qualquer cidadão pode baixar o aplicativo e enviar uma foto da obra. A gente cobra as prefeituras. Se elas não respondem, nós encaminhamos a cobrança ao FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), que é quem dá o dinheiro dentro do MEC (Ministério da Educação) para as obras, e à CGU (Controladoria Geral da União)”, explica.

De acordo com a plataforma, há obras de escolas e creches em atraso nos Jardim Talismã, Nascente do Segredo, Zé Pereira, Oliveira III, Jardim Radialista, São Conrado, Vespasiano Martins, Popular e Santa Rita de Cássia. Constam como em andamento, as unidades dos bairros Jardim Anache, Jardim Nashville e Moreninha II. O aplicativo aponta sem previsão de entrega apenas a unidade escolar da Vila Nathália.

Conforme a cientista, outros projetos desenvolvidos pela instituição disponibilizam informações mais precisas sobre os investimentos públicos e também suas estruturas de trabalho. "O objetivo da organização é impactar no poder público por meio de informação qualificada", destaca a cientista.

Outro projeto desenvolvido pela Transparência Brasil é o “Achados e Pedidos”. O repositório engloba os pedidos feitos via Lai, onde qualquer pessoa interessada pode eventualmente procurar informações dentro das solicitações já feitas. O projeto é financiado pela Fundação Ford e desenvolvido em parceria com Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).

Ainda em desenvolvimento, projeto de monitoramento de repasses para área da Educação pretende reunir informações sobre a situação das merendas nas instituições públicas de ensino. “Vamos fiscalizar tanto contratos de merenda com as prefeituras, governos estaduais e fornecedores como também vamos pedir que o cidadão contribua com o projeto. A ideia é ver a qualidade da merenda, se ela está sendo entregue, se ela é variada, enfim, uma série de coisas”, explica Voigt.

 

A cientista de dados da Transparência Brasil, Jessica Voigt, vai realizar palestra na Capital nesta quarta-feira (Foto: Kisie Ainoã)

Mais participação - Tornar as plataformas de fiscalização mais acessíveis aos cidadãos é um dos objetivos da palestra ministrada pela cientista, nesta quarta-feira, na Capital. O seminário “Responsabilidade Cidadã: O cidadão fiscalizando as contas públicas”, será realizado em parceria com as instituições Transparência Brasil e Observatório Social de Campo Grande, que apresentarão experiências, ferramentas e práticas de trabalho, contribuindo para o fortalecimento do processo democrático.

Quem participa também é a vice-presidente para assuntos administrativos e financeiros do Observatório Social de Campo Grande e coordenadora do curso de ciências sociais da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), Lucélia da Costa Nogueira Tashima, mestre em desenvolvimento local.

O evento é gratuito e aberto ao público. Para alunos de instituições de ensino superior será válido como atividade complementar, com carga horária de 4 horas/aula. As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas no endereço eletrônico: seminariocgms@gmail.com O seminário é uma realização da Fundação Verde Herbert Daniel.

O evento será realizado nesta quarta-feira, às 19h, na ABO (Associação Brasileira de Odontologia), na Rua Da Liberdade 836, Bairro Monte Líbano.

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