Capital

Capital tem local para entulho, mas empresas fazem descarte irregular

Prefeitura deveria exigir que grandes gerados de lixo de construção, explica gerente de aterro

Anahi Zurutuza | 23/12/2016 18:57
Espaço preparado para o descarte de entulho (Foto: CGEA/Divulgação)
Espaço preparado para o descarte de entulho (Foto: CGEA/Divulgação)
Entrada do aterro (Foto: CGEA/Arquivo)

As grandes empreiteiras que atuam em Campo Grande fazem o descarte irregular dos restos de construção. É fácil fazer a afirmação quando a Capital tem apenas um aterro para entulhos regular, que é particular e só tem quatro clientes.

De acordo com o gerente da CGEA Tratamento de Resíduos, Ivan Garcia de Oliveira, o depósito existe desde 2012, na saída para Rochedo – a cerca de 20 km do centro da cidade, logo após o Conjunto José Abrão – e é o único da cidade com licença ambiental para operar por atender a todas as exigências contidas no Plano Nacional de Gestão de Resíduos Sólidos e preconizadas pelo Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente).

“Fizemos todas as adequações no solo, cortina vegetal, todo o material que chega é espalhado e depois separado”, explica Ivan.

A lei federal 4.864, de 2010, prevê regras para a destinação dos resíduos da construção civil em, em resumo, exige que os grandes geradores se responsabilizem pelo transporte e descarte do material. “Não é o que acontece em Campo Grande. O correto seria a prefeitura exigir que a empresa informasse o local de descarte antes de liberar o alvará para a construção”.

Além de não cobrar dos geradores, o Executivo municipal também mantinha uma alternativa irregular para o descarte. Para se ter a dimensão do problema, de janeiro de 2012 a setembro deste ano, a administração municipal emitiu 13.644 alvarás de construção em Campo Grande. A maior parte destas obras, portanto, gerou lixo que foi descartado no aterro do Jardim Noroeste – no leste da Capital – e que funcionava de forma irregular.

No aterro privado, a CGEA cobra de R$ 20 a R$ 30 por tonelada de entulho descartada, que chega ao local transportada por caçambas. Madeira, ferro, vidro são separado e o restante do material (tijolos, telhas, restos de pisos) é triturado e enviado para a reciclagem.

Caminhões-caçambas estacionados em frente à Câmara durante protesto nesta semana (Foto: Fernando Antunes)

Caçambeiros – Desde que o aterro de entulho do Noroeste foi interditado por ordem da Justiça no dia 15 deste mês, justamente por ser local insalubre e gerar problemas para a saúde pública e sociais, caçambeiros protestam pelas ruas da Capital. Os donos de empresas que alugam os depósitos provisórios não têm onde descartar os resíduos coletados e estima-se que cerca de 4 mil caçambas cheias de entulho estejam espalhadas pela cidade ou no pátio das empresas.

SERVIÇO - O contato com a CGEA pode ser feito pelos telefones 98404-5874 ou 99134-4754.

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