Capital

Campo Grande amanhece sem transporte coletivo enquanto categoria faz assembleia

Cerca de 1,5 mil trabalhadores aderiram à greve e estão nas quatro garagens da cidade

Clayton Neves e Marta Ferreira | 20/07/2020 06:47
Ponto de integração na Avenida Afonso Pena com algumas passageiras aguardando o ônibus (Foto: Henrique Kawaminami)
Ponto de integração na Avenida Afonso Pena com algumas passageiras aguardando o ônibus (Foto: Henrique Kawaminami)

Motoristas do transporte coletivo de Campo Grande não saíram das garagens e suspenderam a circulação do transporte coletivo até às 7h desta segunda-feira (20). Em assembleia, os trabalhadores discutem lei municipal que altera punições administrativas aos trabalhadores, transformando em multa.

A informação obtida pelo Campo Grande News é de que pelo menos 200 veículos deveriam estar circulando na cidade neste horário. Por causa da pandemia de novo coronavírus, os ônibus estão com horário restrito e só atendem quem está circulando para o trabalho.

De acordo com Demétrio Ferreira de Freitas, presidente do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo), ao todo, 1.500 trabalhadores prestam serviço nas quatro garagens da cidade. A principal reclamação da categoria é a determinação de pagamento de multa imposta  aos motoristas. “Do jeito que está, a gente vai ter que pagar para trabalhar”, afirma. 

Entre as medidas, a lei prevê, por exemplo, pagamento de multa ao motorista que embarcar passageiro fora do ponto ou ao trabalhador que atrasar o horário previsto para rota determinada. "A cidade muitas vezes não dá condições para a gente desenvolver nosso trabalho e a gente é quem paga a multa", relata.  

Motoristas parados na garagem do São Francisco nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)

 Multa por destratar fiscal, inclusive, geral penalidade de R$ 5 mil. Isso é absurdo”, reclama. 

Demétrio afirma que antes de o projeto ser sancionado, se reuniu com vereadores e com a Prefeitura para tentar discutir a proposta, no entanto, reclama que ainda assim o texto foi aprovado.

"De surpresa" - O empresário João Rezende, diretor do Consórcio Guaicurus, que reúne as empresas, informou ao Campo Grande News que a paralisação foi surpresa. De acordo com ele, havia a informação de assembleia, mas não de que a circulação dos ônibus seria interrompida.

Rezende informou que o consórcio, diante da informação, vai acionar o setor jurídio para saber o que é possível fazer.


(Matéria editada às 6h59 para acréscimo de informação)




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