Cidades

Bombeiro de MS revela angústia por familiares soterrados em Nova Friburgo

Fabiano Arruda | 15/01/2011 16:09

Kleiton Mascarenhas Borba tem quatro parentes soterrados no município carioca, o mais atingidos pela tragédia

Soldado diz ter esperança, mas "acha muito difícil". (Foto: Fabiano Arruda)
Soldado diz ter esperança, mas "acha muito difícil". (Foto: Fabiano Arruda)

O soldado do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Kleiton Mascarenhas Borba, integrante da assessoria de imprensa da corporação em Campo Grande, revelou a angústia na espera por notícias de quatro familiares que estão soterrados, vítimas dos deslizamentos em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.

Helena Mascarenhas, de 66 anos, é tia de Kleiton e morava há 35 anos na casa que foi soterrada, juntamente com a filha, Ismaelita Mascarenhas Romano Moreira, de 44 anos. Outros dois primos do bombeiro também estão desaparecidos: Gustavo Mascarenhas Barrosso, de 20 anos, e Guilherme Mascarenhas Barrosso, de 18 anos.

Kleiton conta que sua tia ligou para o filho Aroldo Mascarenhas no intuito de avisar que iria sair da casa por conta do risco de deslizamento da encosta, que ficava ao lado da casa. “Porém a ligação foi interrompida e não se sabe o que houve. Outros vizinhos disseram que um dos meus primos estava até com o carro ligado, no entanto, não houve tempo que todos entrassem no veículo. Nesse momento teria acontecido o deslizamento”, narra.

O soldado afirma que os corpos não foram localizados, sobretudo, pelas dificuldades para que os bombeiros façam o resgate no local. “A área é de alto risco e há possibilidade de mais deslizamentos. Os bombeiros estão esperando a terra secar para ter o mínimo de segurança”, conta.

Kleiton afirma que a única fonte de informação no Rio de Janeiro para saber da condição de seus parentes é seu primo Aroldo, filho de Helena. “Esperança a gente tem, mas é muito difícil, principalmente porque o trabalho de resgate está ruim”.

Números - Segundo o mais recente boletim do governo do Rio, as fortes chuvas e os deslizamentos de terra mataram 582 pessoas no Estado. Nova Friburgo é o município com maior número de vítimas: 264. A cidade tem 1.970 desabrigados. A presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias pelas vítimas dos temporais.

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