Capital

Bairro mais populoso, orgulho de muita gente, foi fazenda de ex-prefeito

Aliny Mary Dias | 26/08/2013 08:35
Com mais de 32 mil habitantes, o bairro foi fazenda do ex-prefeito Lúdio Martins Coelho (Foto: João Garrigó)
Com mais de 32 mil habitantes, o bairro foi fazenda do ex-prefeito Lúdio Martins Coelho (Foto: João Garrigó)

Quem vive no bairro mais populoso de Campo Grande fala com orgulho do desenvolvimento do lugar que já foi a fazenda do ex-prefeito Lúdio Martins Coelho. Com 36,7 mil moradores, segundo o último censo demográfico de 2010, o Bairro Aero Rancho abriga casas com arquitetura antiga e o comércio típico de grandes centros.

A história não é tão antiga, em 1989 a Fazenda Aero Rancho foi desmembrada e e dividida em Conjunto Aero Rancho e o Jardim Aero Rancho. Hoje o bairro possui sete setores do conjunto e outros três do jardim.

Maria Elena da Cruz tem 58 anos e há 20 vive no bairro. Ela conta que quando chegou no lugar só havia uma casa na avenida Anhembi, o local era a residência de um dos capatazes do ex-prefeito.

“Aqui só havia mato e poucos vizinhos. Eu vi esse lugar virar um bairro e tenho muito orgulho disso. O asfalto trouxe muito desenvolvimento pro nosso cantinho”, relembra a dona de casa.

Pra quem vive no Aero Rancho há mais de 25 anos, acompanhar o crescimento da região é como “ver um filho aprender a falar, andar e virar alguém na vida”, conta o dono de uma banca de jogos, Francisco Souza da Cruz, 58 anos.

Quem vive há 25 anos no bairro vê o desenvolvimento na porta de casa (Foto: João Garrigó)

Dirceu teve 12 filhos e todos foram criados no Aero Rancho. Apesar de lembrar com nostalgia dos velhos tempos, o senhor é incisivo ao criticar os pontos ruins do bairro. “O único problema é a violência, a gente quase não vê polícia por aqui e isso não afasta a bandidagem”, conta.

A cobrança de mais policiamento é recorrente entre os antigos e novos moradores. A comerciante Adriana Teodoro, 41 anos, vive há 25 anos no bairro, mas há dois meses resolver abrir uma loja de roupas na Avenida Raquel de Queiroz, a mais movimentada do bairro.

Com a neta de 10 meses dos braços, ela reclama da falta de segurança, mas mesmo assim não pensa em sair do local. “A gente cresceu aqui e é um lugar extremamente gostoso de morar. A vizinhança é muito boa, mas o policiamento poderia ser melhor”, conta a empresária.

Considerado por muitos moradores como um ponto de entrave para o crescimento do bairro, o asfalto começou a se tornar realidade para muitos que ali vivem há poucos anos. Jussionara Gomes tem 39 anos e é operadora de telemarketing.

Adriana escolheu o bairro para criar as filhas e a neta (Foto: João Garrigó)
Dirceu tem comércio há 5 anos e garante que local é lucrativo (Foto: João Garrigó)

Ela se mudou há dois anos para o bairro e afirma que as condições poderiam ser melhores se o asfalto tivesse chegado há mais tempo. “A gente que vive aqui não considera o bairro tão grande pela falta do asfalto. Agora que a parte do conjunto está sendo asfaltada e trazendo mais desenvolvimento pra região”, completa.

Outro que adotou o bairro como a casa dos filhos e a fonte de renda é o comerciante Dirceu Amaral Lopes, 47 anos. O homem vive há 22 anos no bairro e há 5 abriu um comércio de roupas e presentes.

Para ele, viver em um bairro considerado o mais populoso da Capital que completa 114 anos nesta segunda-feira (26) tem uma vantagem. “Os políticos podem olhar mais pra gente e investir em nosso bairro. Eu acho que esse é o melhor ponto em viver em um bairro com esse título”, explica o comerciante.

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