Capital

“Eu avisei que sistema era vulnerável”, diz homem que furtou R$ 360 mil do SESI

Ana Paula Carvalho e Viviane Oliveira | 09/09/2011 16:32
 
Mário Dias Neto furtou R$ 360 mil do SESI. (Foto: Simão Nogueira)
Mário Dias Neto furtou R$ 360 mil do SESI. (Foto: Simão Nogueira)
Homem gastou mais de R$ 200 mil com carro e moto. (Foto: Simão Nogueira)

Mário Dias Neto, de 30 anos, foi apresentado nesta tarde pelo Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros). Ele confessou ter furtado R$ 360 mil do SESI em uma transação bancária.

O homem, especialista em tecnologia da informação diz ter trabalhado no Sesi Fiems por um ano e avisou que o sistema era vulnerável. “Eu fiz isso para provar que o sistema era falho”, afirma. Mas isso foi só no inicio, depois que viu o dinheiro na conta, sabendo que seria preso, ele resolveu gastar rápido o dinheiro.

Mário passou dois dias decifrando códigos, até conseguir burlar o sistema bancário e transferir o dinheiro que seria usado na compra de caminhonetes para a conta dele. Ele relata que a principio não acreditou que conseguiria, mas que quando conseguiu, não sabia “se ria ou chorava”.

Para ele, a maior falha foi do Banco do Brasil que não conferiu a lista de pagamento de fornecedores antes de efetuar o pagamento.

Compras - No dia 04 de agosto, foi feito o primeiro saque. Ele comprou um minicooper no valor de R$ 130 mil e uma moto esportiva Yamaha R1, que com todos os acessórios que ele colocou, está avaliada em R$ 80 mil. Depois Mário viajou para Bonito onde ficou hospedado em um dos hotéis mais caros da região. O técnico em informática também viajou para Curitiba, onde assistiu um jogo do Atlético Paranaense.

Quando foi preso, na conta dele havia apenas R$ 20 mil dos R$ 360 mil que furtou.

Ele foi preso na última terça-feira pelo Garras em casa na Vila Glória. Foi de lá que o homem fez a transferência. Todos os computadores que estavam no local foram apreendidos para ser periciados.

De acordo com o delegado Roberval Maurício, os bens comprados por Mário serão encaminhados ao judiciário, já que há três vítimas nessa transação: o SESI, o Banco do Brasil e a Kampai que não recebeu pelas caminhonetes que vendeu.

Ainda de acordo com o delegado, esse crime chamou a atenção porque o acusado conseguiu burlar o sistema de uma instituição financeira. Ele será indiciado pelo crime de furto mediante fraude.

O advogado Rodrigo César Nogueira afirmou que pedirá a liberdade provisória de Mário ainda hoje. A prisão temporária vai até domingo.

O acusado trabalha em TI há 10 anos, é formado em Ciência da Computação em Curitiba e diz que vem de uma família de classe média. Que teve uma infância privilegiada.

O caso - O furto veio à tona no começo de agosto. O Sesi transferiu R$ 360 mil para a empresa Kampai Motors Ltda. Mas o dinheiro, referente à compra de três caminhonetes, não caiu na conta da concessionária.

O advogado da Casa de Indústria que autorizou a transferência pediu esclarecimentos ao Banco do Brasil. A instituição bancária informou que a transferência foi efetivada para a conta de pessoa física, apesar de a operação ter que ser realizada em nome de pessoa jurídica. O advogado denunciou o sumiço do dinheiro à polícia.

Ele também pediu restituição imediata do valor. Depois da mesma operação, outra movimentação de R$ 120 mil foi realizada na mesma conta e agência a que se destinava o primeiro depósito.

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