Aulas de dança levam disciplina e elevam autoestima de detentas

Disciplina e reflexão. Esses foram os principais elementos que contribuíram com a transformação de vida de pelo menos 12 custodiadas que participaram, entre maio novembro, das aulas de jazz oferecidas no Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”, na Capital.

Para a detenta Alexsandra Meira, 33, os meses serviram para refletir sobre suas escolhas e as perdas decorrentes da vida no crime. Junto com outras 11 reeducandas, Alexsandra recebeu o certificado de participação no curso realizado através de parceria entre a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e a Fundac (Fundação Municipal de Cultura).

Presa há pouco mais de dois anos Estabelecimento Penal, por tráfico de entorpecentes, a custodiada garante que a disciplina exigida na atividade contribuiu não só para sua autoestima, como também a enxergar novas perspectivas.

“A dança me trouxe paz, tranquilidade, me fez refletir que a vida pode ser melhor do que eu já vivi, e que eu posso entrar para a sociedade como uma pessoa melhor, sair da vida no crime”, garantiu, revelando que pretende continuar com as aulas e também inserir a filha de quatro anos no mundo da dança.

De acordo com a diretora do presídio, Mari Jane Boleti Carrilho, a iniciativa tem como objetivo estimular a melhoria na autoestima das detentas e, até mesmo, capacitá-las para atuarem profissionalmente como dançarinas. Esse foi o terceiro ano em que a ação é desenvolvida na unidade prisional.

O diretor presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, ressaltou que a Agepen busca a possibilidade, junto a Fundac, de proporcionar também a capacitação para formação de um coral pelas detentas do Estabelecimento Penal, com possibilidade de apresentações fora do presídio, como já ocorre com as custodiadas de Corumbá.