Capital

Audiência debate "gatos" de energia e medidas da Enersul para a Capital

Renan Nucci e Kleber Clajus | 15/10/2014 11:21
Audiência na Câmara Municipal reúne autoridades, moradores e representantes da Enersul. (Foto: Marcelo Calazans)
Audiência na Câmara Municipal reúne autoridades, moradores e representantes da Enersul. (Foto: Marcelo Calazans)

A Câmara Municipal de Campo Grande realiza na manhã desta quarta-feira (15), no plenário Edroim Reverdito, audiência pública com o intuito de ouvir quais serão as contrapartidas sociais que a Enersul (Grupo Energisa) pretende aplicar na Capital, e qual a solução para as ligações clandestinas em favelas que geram acréscimo de 7% nas tarifas e instabilidade nos serviços.

Moradores da Favela Cidade de Deus, como a auxiliar de serviços gerais Nazaré Pereira, 45 anos, foram em busca de informações quanto ao fornecimento de energia para a comunidade que reside em uma área verde, ocupada aos fundos do Bairro Dom Antônio Barbosa. “Todo dia os geradores ficam em manutenção. Ficamos à luz de velas, com risco de queimar o barraco. Dizem que vamos sair de lá”, disse.

A dona de casa Mariana Gonçalves, 21 anos, explica que, na verdade, a alternativa da prefeitura concedida no dia 13 de setembro com a instalação dos geradores, assegura energia apenas no período das 17h às 05h. Além disso, comentou que o Ministério Público não aceita que o executivo pague a energia do grupo de aproximadamente 800 moradores. “O prefeito se comprometeu em resolver o problema em dois meses. O jeito é esperar, mas acredito que mudaremos até lá”, comentou.

Gatos – O combate aos “gatos” de energia elétrica tem sido uma das principais frentes da Enersul, aponta o gerente de serviços da entidade, Ercílio Diniz Flores. Ele explica que estas irregularidades representam acréscimo de 7% no cálculo da tarifa, gerando também instabilidade e interrupções no serviço. Em contrapartida, a companhia apresentou durante a audiência que, no comparativo entre 2012 e 2014, os problemas de interrupção caíram de 6,67% para 5,13%.

O representante da empresa ressaltou ainda que as ações sociais realizadas pela Enersul serão mantidas e acrescidas de novos programas como por exemplo, o “Energisa Comunidade”, uma unidade móvel que vai tratar o consumo consciente de forma educativa com alunos de escolas públicas. Outra medida é a “Conta Cidadã”, que deve promover através do recolhimento de materiais recicláveis, um crédito na conta para o consumidor.

A empresa informou ainda dados relativos aos consumidores de baixa renda e que são beneficiados por programas sociais do governo, representando 179.747 clientes em todo Mato Grosso do Sul, com consumo médio de 114 Kwh. Os descontos concedidos a este grupo, de acordo com a Enersul, somam R$ 3,114 milhões, sendo R$ 946,5 mil apenas para a Capital.

Drama - O pedreiro Juliano Castro Afonso, 30 anos, ainda questionou: “Roubar energia é crime, mas deixar uma criança sem leito frio na geladeira também não é?”. Recentemente um amigo dele, identificado como Nilson Cezar, 38 anos, quase morreu ao tentar fazer uma ligação irregular de energia para os filhos. O homem foi eletrocutado e perdeu um braço. Juliano contou ainda que durante a noite liga o ventilador na bateria do carro para espantar as moscas de perto dos filhos.

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