Capital

Ato em apoio aos direitos indígenas reúne 70 pessoas em Campo Grande

Bruno Chaves e Cleber Gellio | 07/12/2013 18:47
Pessoas fizeram atividades culturais e arrecadaram alimentos e roupas (Foto: Cleber Gellio)
Pessoas fizeram atividades culturais e arrecadaram alimentos e roupas (Foto: Cleber Gellio)

Movimentos sociais realizaram, na tarde deste sábado (7), o “Ato em Apoio aos Direitos dos Povos Indígenas” no Teatro de Arena do Horto Florestal. Aproximadamente 70 pessoas de entidades como Terra Vermelha, MST (Movimento Sem Terra), Cimi (Conselho Indigenista Missionário), Une (União Nacional dos Estudantes) e outros participaram da ação que arrecada alimentos, roupas, brinquedos e outros.

De acordo com Marina Ricardo Nunes, representante do Fórum das 20 entidades, a principal bandeira do ato é a arrecadação de insumos e objetos que serão destinados aos índios mais carentes de Mato Grosso do Sul, cerca de 5,7 mil pessoas. Durante o evento, teve apresentações culturais de artistas regionais.

A manicure Alzenir da Silva, 40, integrante do MMC (Movimento das Mulheres Camponesas) lembrou que o movimento começou há 20 dias. “Nesse tempo já distribuímos roupas, alimentos e outros itens”, explicou.

Na última terça-feira (3) foram levados para Japorã – a 487 quilômetros de Campo Grande – cerca de cinco mil quilos de alimentos, além de peças de vestuário. “O mais importante é a ajuda em relação a necessidade e fragilidade dos povos indígenas”, comentou.

Lindomar Terena, líder indígena (Foto: Cleber Gellio)
Roupas e alimentos serão entregues a 5,7 mil mil índios carentes (Foto: Cleber Gellio)

Leilão da Resistência – Representantes indígenas foram questionados a respeito do Leilão da Resistência organizado por produtores rurais. Anastácio Peralta, representante nacional guarani kaiowá, opinou que quem deve fazer segurança é o estado e não uma classe.

“Eles estão tendo uma atitude que pode prejudicar eles. Isso precisa ser melhor pensado. Não são indígenas e proprietários rurais que devem fazer segurança, mas sim o estado brasileiro. Os pensamentos deles são de 500 anos atrás. Pensamentos de explorar a terra. Isso é uma política a serviço do boi, da soja, da cana”, opinou.

Já Lindomar Terena, líder de APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), disse que o leilão é uma atitude que impacta direto no ser humano. “Mato Grosso do Sul, a cada dia, vem demonstrando através de ações como essas que é um estado onde não existe mais lei”, disse.

“Vamos levar isso e denunciar para o fórum de direitos humanos. A solução é a demarcação das terras”, completou. O dinheiro arrecadado com o Leilão da Resistência seria utilizado para contratar milícias que protegeriam as propriedades rurais.

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