Capital

Até avós são presos por “vender” crianças em troca de churrasco

No total, sete estão presos, incluindo o advogado, que foi autuado por vários crimes

Viviane Oliveira | 26/11/2020 11:17
Flagrante foi feito pela delegada Joilce Ramos Silveira (Foto: arquivo / Campo Grande News)
Flagrante foi feito pela delegada Joilce Ramos Silveira (Foto: arquivo / Campo Grande News)

Os avós e os pais das vítimas de 11 e 12 anos do advogado de 44 anos estão presos por “vender” as crianças para o suspeito em troca de pagamento de conta de água, luz, compra de mantimentos, churrasco e celulares caros. O caso foi registrado em Anastácio, distante 140 quilômetros de Campo Grande. 

No total, sete estão presos, incluindo o advogado, que foi autuado por vários crimes. Eles passarão por audiência de custódia na Justiça nesta quinta-feira (26), para definir se ficarão presos esperando o andamento do inquérito e posterior processo ou se poderão responder em liberdade. O Campo Grande News não vai divulgar o nome dos envolvidos, seguindo determinação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), para não identificar as vítimas. 

O caso vem sendo investigado há 6 meses pela DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), mas o flagrante ocorreu nesta quarta-feira (25) pela delegada Joilce Ramos Silveira com apoio da Polícia Militar. O advogado foi preso com as duas vítimas e uma adolescente de 15 anos dentro do carro. No automóvel foram apreendidos cervejas abertas, estimulantes sexuais e camisinhas. 

Objetos que foram apreendidos no carro do advogado (Foto: divulgação)

À polícia, os pais e avós contaram que o advogado frequentava a residência deles havia 1 ano. Segundo eles, o autor levava as meninas para lanchar à noite, ficava sozinho com as menores por pelo menos 4 horas e as deixavam de volta na porta de casa. Porém, negaram saber que o advogado mantinha relação sexual com as menores. 

Segundo a polícia, o autor foi abordado, próximo a rodoviária, no caminho do escritório de advocacia onde ele costumava praticar o ato sexual. O advogado foi autuado por dirigir sob efeito de álcool, estupro de vulnerável, por fornecer bebida a menor e por favorecimento a prostituição ou outra forma de exploração sexual. 

Ao ser abordado, ele disse que havia acabado de deixar uma mulher de 22 anos (parente das vítimas) no trabalho e seguia para a casa das meninas. Contou que a cerveja era da jovem, que não tinha consumido bebida alcoólica, nem fornecido álcool para as crianças. O advogado nega o crime.  Segundo ele, conheceu o avô das meninas primeiro, depois o restante da família que mora na mesma rua. Recentemente, o pai de uma das vítimas chegou a ficar preso por homicídio. 

A OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul) aguarda notificação de flagrante para suspender a licença do advogado suspeito de abusar sexualmente de crianças e adolescente, no município de Anastácio, a 135 quilômetros da Capital.

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