Capital

Assumiu por medo de morrer, alega defesa de acusado de matar no trânsito

Crime ocorreu na madrugada do dia 31 de maio, no Portal Caiobá; um jovem morreu e outro foi baleado

Kerolyn Araújo e Mirian Machado | 28/06/2019 10:29
No banco dos réus, Higor confessou que matou a vítima a tiros. (Foto: Henrique Kawaminami)
No banco dos réus, Higor confessou que matou a vítima a tiros. (Foto: Henrique Kawaminami)

Está sendo julgado nesta sexta-feira (28) na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Higor Lopes Ferreira, 21 anos, acusado de matar a tiros Wictor Hugo Brunet da Mota, 19 anos, no dia 31 de maio do ano passado, durante uma briga de trânsito no Portal Caiobá. Mesmo com a confissão do crime, a defesa vai tentar provar a inocência do réu.

Durante as audiências de instrução, Higor, que morava em Sidrolândia na época do crime, contou que veio para Campo Grande na noite do dia 30 de maio e foi para a casa do amigo Pedro Martinez Filho, 25 anos. De lá, eles seguiram para uma festa em uma casa de shows na Rua Nasri Siufi, no Jardim Tijuca.

Segundo o réu, ele deixou a festa por volta das 3h40 sozinho em um veículo Chevrolet Kadett. Enquanto tentava manobrar o carro, ele teria esbarrado em uma motocicleta que estava estacionada. Ao deixar o local, o réu teria sido perseguido pela vítima que estava pilotando a motocicleta e o garupa, Miguel Francisco Lopes, 20 anos.

Higor relatou que atirou contra a dupla ao perceber que seria baleado. O crime ocorreu no cruzamento da Rua Pará com Doutor Nasri Siufi, no Bairro Portal Caiobá. Miguel foi atingido por três tiros, mas sobreviveu. Wictor recebeu dois disparos e morreu na hora.

Conforme o MP-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), além de Higor, também estavam no carro Pedro e Cristhian da Silva Cratil, 29 anos, conhecido como 'Jhony'. O réu nega.

 

Local onde vítima morreu e outra foi baleada após briga de trânsito na madrugada de ontem (Foto: Saul Schramm)
Advogado diz que réu assumiu o crime por medo de morrer. (Foto: Henrique Kawaminami)

Ao Campo Grande News, o advogado Davi Moura de Olindo, que defende Higor, afirmou que o cliente não realizou os disparos e assumiu o crime por medo de morrer. ''É muito difícil defender alguém que não quer ser defendido. Ele não tem envolvimento com esse crime, estava só dirigindo o carro. Não teria como dirigir, atirar pela janela do passageiro e atingir os dois. Se ele falar toda a verdade vai morrer lá dentro", disse.

Segundo o advogado, ele vai tentar provar a inocência do cliente e, caso não consiga, alegará legítima defesa. Higor era dono de um revólver calibre 38 e costumada andar armado em Sidrolândia e Campo Grande.

Nesta sexta-feira, Higor voltou a confessar o crime ao juiz Aluízio Pereira dos Santos durante o julgamento, mas sem detalhar o assassinato.

O eletricista Nivaldo Alves da Mota, 41 anos, pai da vítima, contou que o filho nunca havia se envolvido em briga e que quando deixou a festa, o trio já estava esperando do lado de fora. ''Miguel contou que meu filho estava conversando c om uma menina na festa. Quando saíram, os três já estavam aguardando lá fora e seguiram eles'', disse.

No dia do crime, Pedro e Cristhian foram localizados no local do crime, foram presos, mas negaram a participação.

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