Capital

Assassino afirma que vítima tentou estuprar mulher ao cobrar dívida de agiotagem

Jhonny e a esposa foram presos na tarde de ontem e passam por audiência de custódia nesta manhã

Geisy Garnes | 26/11/2021 09:30
Marcas de sangue ainda podiam ser vistas no quintal da vítima no dia seguinte ao crime. (Foto: Cleber Gellio)
Marcas de sangue ainda podiam ser vistas no quintal da vítima no dia seguinte ao crime. (Foto: Cleber Gellio)

Assassino confesso de Gilmar da Silva Costa, de 41 anos, o servente de pedreiro Jhonny Anastácio Reinaldo do Nascimento, conhecido como “Foguinho”, de 33 anos, afirmou a polícia ter cometido o crime após ver a vítima agarrar sua mulher a força. Em depoimento, ele contou que o homem era agiota e se aproveitou do momento em que a esposa foi até sua casa pagar uma dívida.

Gilmar foi assassinado a facadas na madrugada de quinta-feira (25), na Vila Marli. Os policiais identificaram Jhonny como autor do crime a partir dos depoimentos de testemunhas. “Foguinho” é dono de uma extensa ficha criminal e, por isso, não demorou muito para a equipe de investigação chegar ao endereço dele. No local, ele recebeu os policiais e confessou o crime.

Como os relatos ligavam a mulher de Jhonny ao crime, ela também foi presa. O casal foi levado para delegacia e lá contou outra versão para o assassinato. Os eventos que levaram ao exato momento do homicídio começaram com a relação entre a esposa de “Foguinho” com Gilmar.

A mulher de 32 anos contou a polícia que conhece a vítima desde os 17 anos e frequentemente pega dinheiro emprestado com ele. Há cerca de dois meses, pegou R$ 500 com o amigo e em troca, deixou um cartão do Bolsa Família.

Na semana passada, precisou de dinheiro novamente e voltou a fazer um empréstimo com a vítima, desta vez, de R$ 200. Como garantia, entregou o celular.

Ela pagou a dívida e recuperou o aparelho, mas a necessidade de dinheiro fez com que ligasse para Gilmar e oferecesse o mesmo celular por R$ 350. Ele não aceitou a compra, mas falou que emprestaria mais R$ 200 a ela.

Novamente, Jéssica pegou o dinheiro e deixou o celular como garantia. No dia 23, a mulher conseguiu o valor para recuperar o aparelho e ligou para Gilmar. Em resposta, ouviu que ele receberia quando quisesse e no valor que ele escolhesse.

Na noite do crime, foi a vítima quem voltou a entrar em contato. Ela chamou a amiga para ir em sua casa buscar o celular “penhorado”. Jéssica foi com Jhonny até o local, com intenção de quitar a dívida, mas em troca, ouviu outro pedido. Ao invés de dinheiro, Gilmar exigiu manter relações sexuais com ela.

Neste momento, segundo a mulher, a vítima começou o assédio. Se aproximou, passou a mão por seu corpo e a apertou contra a parede. Em depoimento, a suspeita relatou que já foi vítima de violência sexual e a situação fez com que revivesse a dor daquele momento, por isso, começou a gritar por ajuda.

Jhonny entrou na casa, viu a cena e começou a discutir com o Gilmar. No desespero, Jéssica foi para o quintal e pouco depois, só ouviu a briga dos dois. Depois de um tempo, fugiu correndo, encontrou o namorado em casa e foi dormir. Só no dia seguinte descobriu sobre a morte do “amigo”.

Já Jhonny, mesmo confessando ser o autor do crime, não quis falar sobre o assassinato em um primeiro momento. Depois, no entanto, resolveu dar sua versão. Para a polícia, afirmou que após interromper o assédio, a mulher exigiu que Gilmar entregasse o celular da esposa e ficou esperando ele buscar o aparelho. A vítima, no entanto, voltou com uma faca de açougueiro e partiu para cima dele.

Os dois entraram em luta e na confusão, ele conseguiu tirar a faca da mão de Gilmar e o acertou vários golpes. Depois disso, correu para casa e só mais tarde, descobriu sobre a morte. “Foguinho” ainda inocentou a mulher de qualquer participação no crime, alegou que ela está grávida de 4 meses e que ficou revoltado ao ver a esposa ser agarrada pela vítima, por isso, agiu. Durante a briga, ele também teve a mão cortada.

Jhonny e a esposa passam por audiência de custódia nesta manhã. Ele já foi preso outras vezes e responde a processos por roubos, furtos e tráfico de drogas.

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