Capital

Assassina de chargista vira ré por homicídio triplamente qualificado

Marta Ferreira | 12/01/2021 17:03
Clarice, com o rosto coberto por um pano, chega à Delegacia de Homicídios, no dia 24 de novembro. (Foto: Paulo Francis)
Clarice, com o rosto coberto por um pano, chega à Delegacia de Homicídios, no dia 24 de novembro. (Foto: Paulo Francis)

Presa desde 24 de novembro, quando confessou o assassinato do chargista Marcos Antônio Rosa Borges, de 54 anos, a massoterapeuta Clarice Silvestre de Azevedo, de 44 anos, agora é ré por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A denúncia feita pela promotora Lívia Carla Bariani foi acatada durante o plantão do Judiciário.

 O juiz Paulo Henrique Pereira, que atuou durante o recesso, recebeu a peça acusatória e deu prazo de 10 dias para a manifestação da defesa de Clarice e do filho, João Victor Silvestre de Azevedo, que ajudou a mãe a esquartejar o corpo, colocar em malas, jogar num terreno e ainda por fogo.

 João Victor responde por ocultação de cadáver e também por concurso de pessoas, que, em linguagem leiga, é a punição para quem ajuda no cometimento de ilícito.

Para Clarice, a acusação é de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, além da ocultação e destruição de cadáver. Ela também foi enquadrada em concurso de crimes. Conforme o Código Penal, essa tipificação prevê que as penas estabelecidas sejam cumulativas. 

O crime de homicídio foi cometido por motivo torpe, dado que a denunciada Clarice agiu impelida em razão do reprovável ódio vingativo que sentia, mais precisamente, pelo ciúmes que nutria pela vítima, bem como por não aceitar que Marco Antônio não tivesse o desejo de oficializar e assim assumir a relação amorosa havida eles”, escreve a promotora ao definir uma das qualificadoras.

O caso – A família do chargista denunciou o desaparecimento dele, no dia 21 de novembro, à DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios). As investigações apontaram Clarice como suspeita. A vítima era cliente dela e também mantinha relacionamento amoroso e sumiu depois de ser vista na rua da casa dela, no Monte Castelo. 

 Clarice chegou a combinar de ir à delegacia falar do caso, mas desapareceu. Só se entregou no dia 24, em São Gabriel do Oeste, depois de ser convencida pelos filhos. A prisão temporária dela já havia solicitada. 

Ela disse ter cometido o crime em momento de fúria por ter levado um tapa de Marcos. A reportagem do Campo Grande News apurou que está sendo investigado ainda se o crime foi premeditado e se Clarice mentiu sobre a agressão. Essa análise depende de resultados de perícia em execução.

Com o retorno do Judiciário, no dia 8, a ação penal foi distribuída para o juiz Carlos Alberto Garcete, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Agora, depois de recebidas as defesas preliminares, vão ser marcadas as audiências de instrução, para ouvir testemunhas e os réus.


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