Capital

Área doada à Faculdade de Direito da UFMS é tomada pelo mato e lixo

Luciana Brazil | 16/04/2013 11:02
Cozinheira mostra o caminho que precisa fazer para desviar do matagal que tomou conta do terreno. (Fotos:Marcos Ermínio)
Cozinheira mostra o caminho que precisa fazer para desviar do matagal que tomou conta do terreno. (Fotos:Marcos Ermínio)

Terreno de 28 mil metros quadrados, doado para ser a Fadir (Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), transformou-se em matagal e "lixão" no bairro Carandá Bosque III, em Campo Grande. O abandono da área virou motivo de queixas constantes dos moradores. A Prefeitura doou a área em 2011.

Onde uma construção já deveria estar em andamento, não há nenhum indício de obra. Entre moradores e pessoas que passam pelo lugar diariamente, a reclamação é unânime. “O mato não é só perigoso, chama bicho, tem gente que se esconde ali para usar droga, além de ser usado como depósito de lixo”, conta a dona de casa Ana Paula Sales, 38 anos.

O imóvel de 28,2 mil metros quadrados foi doado em 23 de dezembro de 2011 pelo então prefeito, Nelson Trad Filho (PMDB). O decreto autorizou a desafetação e doação da área para a UFMS.

Segundo o documento, a universidade tem dois anos para construir a Faculdade de Direito, prazo que termina em dezembro deste ano. Caso a obra não seja, ao menos iniciada, o terreno volta para o município.

O gerente de uma gráfica, que fica em frente ao terreno, diz que a vizinhança já sabia da doação da área, mas até agora espera a construção. “Nós já sabemos que essa área foi doada. O dono da gráfica sempre diz que se abrisse uma faculdade aqui seria ótimo”, contou Thiago Figueiredo, 22 anos.

Mato toma conta do terreno que deveria abrigar sede da UFMS.
O mata está por toda região do terreno, inclusive na rotatória.

Como não existe calçada em uma grande extensão da rua, os pedestres são obrigados a andar pela via, disputando espaço com os carros, que passam em alta velocidade. Na região do terreno, existem outros pontos com mato alto. Até mesmo a área da rotatória está coberta por um matagal.

A cozinheira, Silvana Lemos, 40 anos, passa a pé pela rua, já que não há calçada. “Desço do ônibus do outro lado do mato e se tivesse pelo menos uma praça, eu poderia vir reto. Mas preciso dar uma volta por causa do matagal”, disse.
Com medo de transitar sozinha, ela diz que mesmo de dia o lugar fica perigoso. “Morro de medo. Alguém pode se esconder nesse mato”, diz.

A assessoria de imprensa da universidade informou que, apesar de já existir um projeto, não há verba orçamentária para iniciar as obras. O recurso é destinado pelo Governo Federal.

A Universidade Federal confirmou que já está providenciando a limpeza do terreno. A assessoria informou ainda que a manutenção do local é feita, mas por causa das chuvas, o mato tem crescido depressa.

 

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