Capital

Aquário terá centro de pesquisa para difundir riquezas e gerar negócios

Lidiane Kober | 29/08/2014 10:41
Aquário vai abrigar centro de pesquisa sobre a biodiversidade do Estado (Foto: Marcelo Victor)
Aquário vai abrigar centro de pesquisa sobre a biodiversidade do Estado (Foto: Marcelo Victor)

Além de proporcionar ao visitante um “mergulho” pelos principais rios do Estado para conhecer 135 espécies de peixes, o Aquário do Pantanal vai abrigar uma base de estudos da biodiversidade sul-mato-grossense para difundir mundo afora as riquezas naturais do Estado. O plano é investir em pesquisas, com a expectativa de abrir portas e gerar negócios e renda por meio de novas descobertas científicas.

“O que a gente quer é apoiar a pesquisa, com objetivo de criar produtos que possam ser colocados à disposição dos usuários e retornar à sociedade em riquezas”, ressaltou o titular da Semac (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia), Carlos Alberto Negreiros Said de Menezes.

Para possibilitar os estudos, o Aquário do Pantanal terá um espaço equipado para os pesquisadores. Só em aparelhagem, o governo investirá cerca de R$ 2 milhões. Ao mesmo tempo, disponibilizará uma rica biblioteca digital, com teses, pesquisas e imagens de todas a diversidade do Pantanal.

O plano é agregar o investimento ao material humano e estrutural das universidades. “Hoje, em Mato Grosso do Sul, as pesquisas atuam, principalmente, no ramo da biodiversidade, portanto, temos volume de estudo e recursos naturais também não nos faltam”, ressaltou o engenheiro João Onofre Pereira Pinto, um dos colaboradores do projeto e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Ele reconhece que o projeto é de alto risco. “O nível de desenvolvimento tecnológico e científico é associado ao nível de investimento de cada Estado, de cada país. Quem mais investe é quem conquista mais resultados, descobre novos conceitos e gera negócios”, ponderou.

Trabalhadores aceleram cobertura dos túneis do aquário para inaugurar obra no final de novembro (Foto: Marcelo Victor)

Por isso, o governo, além de dar espaço e equipamentos para as pesquisas, deve, segundo João Onofre, criar um fundo para incentivar e financiar os estudos, principalmente, os de alto risco. “Também vamos intermediar negócios com empresas, tentar vender o nosso produto”, acrescentou.

Com o projeto prestes a ser inaugurado, o titular da Semac classifica o Aquário do Pantanal como o “empreendimento mais importante feito no Brasil, com o objetivo de alavancar a pesquisa científica da biodiversidade para o uso sustentável”. “O Pantanal é um tesouro, mas, na realidade não produz riqueza suficiente para sua sobrevivência. Neste sentido, a prioridade é desenvolver pesquisas para fechar essa lacuna”, emendou.

A obra - A meta é concluir a obra, orçada em R$ 120 milhões, antes do final do mandato do governador André Puccinelli (PMDB). Neste sentido, um dos próximos passos é lançar licitação para escolher empresa responsável pela administração da atração turística. Quatro investidores estariam de olho na gerência.

O titular da Semac adiantou ao Campo Grande News que a intenção é cobrar um preço popular para visitar o Aquário. “Queremos cobrar o equivalente ao preço do ingresso de cinema, entre R$ 10 a R$ 20”, revelou.

O Aquário do Pantanal será o maior de água doce do mundo e terá uma cobertura complexa que vai abrigar 24 tanques para representar os Rios Miranda, Piquiri e Paraguai. O espaço também vai proporcionar pesquisas sobre a fauna pantaneira e tem a pretensão de atrair estudantes e universidades do mundo inteiro, além de 150 mil turistas por ano.

O projeto inclui ainda laboratório, auditório, salas para exposição, praça de alimentação e uma passarela suspensa com aproximadamente 70 metros de extensão. Serão cerca de sete mil animais em exposição, subdivididos em mais de 200 espécies, entre peixes, invertebrados, répteis e mamíferos.

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