Capital

Apresentações da cultura indígena marcam 1º Encontro dos Anciãos, Anciãs e Pajés

Renata Volpe Haddad | 15/08/2015 14:55
Dança dos homens marca solenidade do 1º Encontro dos Ançiãos, com louvor.  (Foto: Vanessa Tamires)
Dança dos homens marca solenidade do 1º Encontro dos Ançiãos, com louvor. (Foto: Vanessa Tamires)
Solenidade iniciou com apresentação da dança indígena feminina. (Foto: Vanessa Tamires)

O 1º Encontro dos Anciãos, Anciãs e Pajé Indígenas, ocorreu na manhã de hoje no Memorial da Cultura Indígena, na Aldeia Urbana Marçal de Souza e durante a solenidade, o hino nacional brasileiro foi entonado na língua terena, por Elizeu Terena, além de dança das mulheres indígenas e do ritual dos homens.

Promover o encontro entre gerações é o objetivo do evento, para poder transmitir valores culturais históricos dos povos tradicionais indígenas residentes na Capital. De acordo com o coordenador de Assuntos Indígenas da Prefeitura, Agnaldo Terena, o evento é uma espécie de intercâmbio cultural. "Carregamos as lembranças e sabedoria e com este encontro, queremos que a juventude valorizem os mais velhos, pois vamos contribuir com a cultura dos jovens", afirmou.

Durante a solenidade, a cacique e anciã Enir da Silva Bezerra, pediu apoio do prefeito Gilmar Olarte (PP) que esteve presente, em relação ao asfalto da vila e reforma do Memorial. "Não tem nem como patrolar as ruas pois estão muito desgastadas, dificultando o acesso dos cadeirantes que vão para escola, por causa dos inúmeros buracos. Precisamos também de uma reforma no nosso Memorial. Se cada prefeito fizer a sua parte, vamos construir mais 500 anos de uma história boa", comentou.

Questionado se a prefeitura vai atender a solicitação da comunidade, Olarte afirmou que tudo depende de recurso e planejamento. "Eu já solicitei ao secretário de obras que faça o levantamento e o projeto e verifique a possibilidade, acredito que a partir de novembro e dezembro vamos fazer um planejamento e ver se é possível. Nosso desejo é que tudo esteja estabilizado na área financeira para que tenhamos condições para ajudar toda comunidade indígena", declarou.

O líder indígena brasileiro, Marcos Terena também compareceu ao evento e afirmou que mesmo com a responsabilidade de organizar jogos pelo mundo, jamais se esquece de suas raízes. "Sempre que retorno para Mato Grosso do Sul, lembro das minhas origens e me emociono. Também me emocionei com o hino entonado na língua terena, pois nunca tinha ouvido a interpretação na nossa etnia", ressaltou.

Amanhã (16), acontece a abertura da 10º edição dos Jogos Indígenas de Campo Grande, no Parque Jacques da Luz, no bairro Moreninha II e Marcos Terena estará presente. Os Jogos vão envolver as etnias indígenas Terena, Guató, Guarani-kaiowá e Kadiwéu.

Pajé afirma que os índios jamais entram em uma área que não os pertence. (Foto: Vanessa Tamires)

Retomadas - Para o pajé da etnia Guarani-Kaiowá, Alexandre Arevalos, a atual situação de conflitos que os indígenas vivem, como por exemplo, a retomada das terras no município de Aquidauana, são justas. "Jamais um índio vai entrar em uma área que não é dele. Queremos mostrar para os fazendeiros, chacareiros e donos de propriedades, que estamos lutando pelo nosso direito e lutamos porque temos necessidade", enfatizou.

Segundo o pajé, as retomadas vão continuar, pois os indígenas precisam da natureza para sobreviver, assim como toda a população. "Existem muitos índios que não tem onde morar, que passam fome e a natureza nos oferece tudo o que precisamos", ressalta.

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